Pablo Marçal: O Coach Outsider que Agita a Corrida Eleitoral para Prefeito de São Paulo

Por Roberto Tomé

Pablo Marçal, candidato pelo PRTB à Prefeitura de São Paulo, rapidamente se tornou uma figura intrigante e controversa na atual corrida eleitoral. Conhecido por seu histórico como coach motivacional, Marçal ganhou notoriedade nacional ao conduzir um grupo de seguidores ao cume de uma montanha sob condições arriscadas. Esse episódio, que gerou intensa repercussão nas mídias sociais, revelou não apenas sua habilidade em mobilizar pessoas, mas também sua disposição para desafiar os limites convencionais, características que ele agora traz para o cenário político.

Apesar de ser um outsider na política tradicional, Marçal compartilha espaço com o apresentador José Luiz Datena (PSDB), outro candidato considerado fora do comum. No entanto, há uma diferença crucial entre os dois: enquanto Datena se apoia mais no instinto e na popularidade adquirida ao longo de décadas na televisão, Marçal adota uma abordagem mais calculista e estratégica, refletindo a metodologia que utilizou em sua carreira como coach.

O episódio no debate da Band, onde Marçal foi confrontado pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), poderia ter sido um ponto negativo para sua campanha. No entanto, o candidato provou mais uma vez sua habilidade em manipular a narrativa a seu favor. Nas redes sociais, ele conseguiu reverter o resultado do debate mediante edições estratégicas dos vídeos, promovendo uma versão dos fatos que beneficia sua imagem. Essa tática, em que a percepção criada supera a realidade dos eventos, é um jogo que Marçal parece jogar com maestria, algo que tem raízes nas campanhas de figuras como Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos.

Marçal não apenas encarna a espontaneidade que caracterizou os dois ex-presidentes, mas também usa essa característica para se diferenciar dos demais candidatos. Ele sabe como se comunicar diretamente com um público que valoriza a autenticidade e a ousadia, mesmo que isso signifique desafiar o status quo. Embora seja improvável que essa estratégia, seja suficiente para lhe garantir a vitória na disputa pela maior cidade do Brasil, é inegável que Marçal está causando um impacto significativo na campanha, talvez até mais do que Datena, que até então era visto como o principal outsider.

O poder de persuasão de Marçal, aliado à sua habilidade em se posicionar nas redes sociais, faz dele um candidato que não pode ser ignorado. Ele representa uma nova geração de políticos que utilizam as ferramentas digitais para desafiar as normas tradicionais da política, muitas vezes colocando em xeque a credibilidade de seus oponentes e, por extensão, do próprio sistema eleitoral. Enquanto sua campanha avança, será interessante observar até onde essa estratégia pode levá-lo e que tipo de impacto ela terá na dinâmica da eleição.

Assim, mesmo que Pablo Marçal não chegue ao cargo de prefeito, seu papel como uma força desestabilizadora nesta eleição já está assegurado. Ele demonstra que, em um mundo cada vez mais influenciado pela mídia digital, as campanhas eleitorais são moldadas tanto pela percepção quanto pela realidade, e que aqueles que dominam essa nova linguagem têm uma vantagem significativa na disputa pelo poder.