Internacional
Ditadura socialista da Nicarágua prende mais dois padres e leigos
Até o momento, a ditadura socialista de Ortega não se manifestou sobre as prisões. Na semana passada, o grupo Nicarágua Nunca Mais denunciou que 13 religiosos foram presos no país nas últimas semanas
Dois padres e duas coordenadoras de pastoral leigas foram presos pelo Regime Socialista de Ortega na Nicarágua no início da noite de ontem (11/08). A denúncia foi feita por jornalistas e por opositores exilados. As prisões são vistas como mais um ataque da ditadura de Daniel Ortega aos católicos perseguidos no país.
Entre os detidos estão o padre Denis Martínez, da diocese de Matagalpa, que foi preso pela Polícia Nacional enquanto se dirigia para celebrar uma missa, segundo a advogada e pesquisadora exilada Martha Patricia Molina. A notícia foi confirmada pelos portais Confidencial e La Prensa, que operam fora da Nicarágua controlada pela ditadora socialista.
Além de Martínez, o padre Leonel Balmaceda, da paróquia Jesús de Caridad, em La Trinidad, Estelí, também foi preso, assim como Carmen Sáenz e Lesbia Gutiérrez, ambas coordenadoras de pastorais da Diocese de Matagalpa. Gutiérrez é administradora da Cáritas, e Sáenz é assessora jurídica em Direito Canônico e ex-funcionária do Poder Judiciário, segundo informações de Yader Morazán, advogado perseguido que está exilado.
Até o momento, a ditadura socialista nicaraguense não se manifestou sobre as prisões. Na semana passada, o grupo Nicarágua Nunca Mais denunciou que 13 religiosos em Matagalpa foram presos ou colocados em prisão domiciliar, com sete deles sendo expulsos para o Vaticano.
O ditador socialista Daniel Ortega e a vice Rosario Murillo têm perseguido a Igreja Católica no país por apoiar os protestos de 2018 onde a população pedia liberdade. As manifestações, que resultaram na morte de mais de 300 pessoas segundo a própria ONU, marcaram a insatisfação popular contra o Regime Socialista de Daniel Ortega no país. Assim como fez Alexandre de Moraes e Lula no Brasil, a ditadura de Ortega considerou os protestos como uma tentativa de “golpe de estado” e “atentado ao estado democrático de direito”, supostamente orquestrada por grupos e movimentos de oposição ao regime. Rosário Murillo, vice do ditador Daniel Ortega, tem frequentemente se referido aos religiosos católicos como “filhos do diabo” e “agentes do mal”.
Nos últimos dois anos, diversos religiosos, incluindo o bispo de Matagalpa, monsenhor Rolando Álvarez, estão presos ou são enviados ao Vaticano. Recentemente, especialistas da ONU denunciaram o que descreveram como ataques “sistemáticos” da ditadura nicaraguense contra a Igreja Católica e outras denominações cristãs desde os protestos de 2018.