Internacional
Tensão no Oriente Médio mais “palpável e assustadora do que nunca”
Subsecretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos informa o Conselho de Segurança sobre risco de escalada após ataque a escola em Gaza; reunião convocada com urgência debateu caminhos para preservar o interesse da paz e estabilidade a longo prazo
Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir fatos alarmantes e tensões crescentes no Oriente Médio.
O ataque israelense à escola al-Tabeen na Cidade de Gaza no fim se semana motivou a reunião, convocada com urgência.
Perda contínua de vidas em Gaza
A subsecretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, se dirigiu aos membros do Conselho dizendo que “a ameaça de novas tensões regionais é mais palpável e assustadora do que nunca”.
Segundo ela, o ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel, IDF, na escola em Gaza que servia de abrigo matou dezenas de palestinos e feriu muitas outras pessoas, incluindo mulheres e crianças, de acordo com fontes locais.
O secretário-geral condenou na segunda-feira a “contínua perda de vidas em Gaza” fazendo alusão ao ataque ao local que abrigava centenas de famílias palestinas deslocadas.
De acordo com Israel, as IDF atacaram um centro de comando do Hamas em uma mesquita dentro do complexo escolar, matando pelo menos 31 combatentes do grupo e da Jihad Islâmica Palestina.
Assassinato de refém
DiCarlo reiterou as palavras do secretário-geral, dizendo que a cooperação internacional e o direito humanitário, incluindo os princípios da distinção, proporcionalidade, e precauções no ataque “devem ser mantidas em todos os momentos”.
Também na segunda-feira, o Hamas anunciou o assassinato de um refém e graves ferimento de outros dois por militantes do Hamas enquanto estavam em cativeiro em Gaza. Ambos os lados disseram que estão investigando os incidentes.
DiCarlo enfatizou a preocupação com o aumento das tensões na fronteira entre Israel e Líbano. Trocas de tiros através da Linha Azul continuam sendo registradas quase diariamente.
Ataques quase diários entre Israel e Líbano
A subsecretária-geral disse que desde a última vez que forneceu um informe ao Conselho de Segurança, em 31 de julho, “numerosos projéteis foram disparados do Líbano através da Linha Azul, causando danos a edifícios e incêndios florestais em áreas abertas”.
As IDF responderam com ataques em todo a extensão da Linha Azul que passa pelo sul do Líbano. Veículos aéreos não tripulados continuam cruzando a fronteira e atingindo bases israelenses.
DiCarlo defendeu que todas as partes devem “pôr fim a toda a retórica e ações de escalada” para impedir uma crise regional mais ampla e preservar o interesse da paz e estabilidade a longo prazo.
Ela reconheceu os esforços do Egito, do Catar e dos Estados Unidos para trazer ambos os lados do conflito Israel-Gaza para a negociação na tentativa de concluir um acordo pelo cessar-fogo, a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária.