ESTADO
Número de empresas prestadoras de serviços na Paraíba cresce 72,7% em 10 anos, 3º maior avanço do país
Expansão do volume de mão-de-obra do setor estadual (46,2%), de 2013 a 2022, foi a 4ª maior do Brasil.
Em 2022, o setor de serviços paraibano registrou um recorde no número de empresas, com um total de 14.256 unidades, um patamar 72,7% acima do observado em 2013, ano em que havia 8.256 empresas prestadoras de serviços atuantes no estado. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2022, divulgada nesta quarta-feira (28), pelo IBGE. O levantamento visa retratar as características estruturais da oferta de serviços não financeiros pelas empresas brasileiras.
Além de ter ficado bem acima das médias nacional (31,7%) e regional (40,6%), o aumento do número de empresas do setor estadual de serviços foi o 3º maior do país, inferior apenas aos constatados no Piauí (84,4%) e em Tocantins (78,2%). Face a 2019 (pré-pandemia) e 2021, as altas verificadas no indicador paraibano foram de 27,9% e 21,2%.
No período de 10 anos, todos os segmentos tiveram variação positiva, sendo que a mais intensa ocorreu no segmento dos Serviços profissionais, administrativos e complementares, cujo número de empresas aumentou cerca de 142%, passando de 2.521 unidades em 2013, para 6.100 unidades em 2022, ultrapassando o segmento de Serviços prestados às famílias e passando a ser o segmento com maior número de empresas. A 2ª maior expansão foi verificada no segmento das Atividades imobiliárias, com crescimento de 137,1% no número de empresas, que era de 283 unidades em 2013 e chegou a 671 unidades em 2022. Em seguida, vem o ramo de Serviços de informação e comunicação, que contava com 622 empresas em 2013, passando a ter 1.361 em 2022, registrando um acréscimo de 118,8%. Os Serviços prestados às famílias, por sua vez, tiveram crescimento menor, de 30,2% (passou de 3.101 para 4.038 empresas), o que contribuiu para sua queda da primeira para segunda posição em termos de quantidade de empresas atuantes.
Pessoal ocupado no setor de serviços da Paraíba teve alta de 46,2%, 4ª maior do Brasil, entre 2013 e 2022
O volume de mão-de-obra nas empresas prestadoras de serviços, na Paraíba, cresceu 46,2% em 10 anos, sendo essa a 4ª maior expansão do Brasil, atrás somente das observadas nos estados de Alagoas (54,4%), Roraima (52,8%) e Mato Grosso (47,5%), além de ter sido bem superior às médias do Brasil (13,9%) e do Nordeste (18,7%). O contingente de pessoas ocupadas no setor estadual, que era de 86.378 pessoas em 2013, foi acrescido de 39.939 pessoas, no período analisado, e alcançou o pico da série em 2022, quando chegou ao total de 126.317 pessoas. Frente a 2019 (pré-pandemia) e 2021, as variações observadas no pessoal ocupado do setor paraibano também foram positivas, de 19,3% e de 4,9%, respectivamente.
Em 2022, a maioria dos ocupados no setor (49,9%) exercia suas atividades no segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares, o que corresponde a cerca de 63,1 mil pessoas. A segunda maior parcela (23%) era formada por 29,1 mil pessoas, que trabalhavam no ramo de Serviços prestados às famílias. Outros 11,4 mil (9%) atuavam nos Serviços de informação e comunicação, enquanto pouco mais de 11mil (8,7%) estavam ocupados no segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. Havia ainda 5,7 mil pessoas (4,5%) ocupadas em Outras atividades de serviços; 3,7 mil (2,9%) nos Serviços de manutenção e reparação; e 2,4 mil (1,9%) em Atividades imobiliárias.
Nos últimos dez anos, dos segmentos de atividades que compõem o setor de serviços paraibano, o de Outras atividades de serviços foi o que registrou a maior expansão em seu volume de mão-de-obra (100,1%), com sua participação no total do pessoal ocupado do setor paraibano tendo aumentado de 3,3% em 2013, para 4,5% em 2022. A 2ª maior expansão do indicador (82,7%) foi verificada no ramo de Serviços de informação e comunicação, que teve ganho de participação de 7,2% para 9%, no mesmo período. Outro segmento que apresentou alta expressiva nesse quesito foi o de Serviços profissionais, administrativos e complementares (79,5%), com crescimento de participação em 9,2 pontos percentuais (de 40,7% para 49,9%, respectivamente), reforçando sua liderança na composição do pessoal ocupado no setor desde
2007, início da série histórica da pesquisa
Os demais segmentos apresentaram, no período analisado, resultados negativos em termos de representatividade no total de pessoal ocupado no setor, com destaque para: 1) o ramo de Serviços prestados às famílias, cuja participação caiu de 26,5% para 23%, apesar do aumento de 27,2% em seu volume de mão-de-obra; e 2) o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que registrou perdas tanto em termos absolutos (-24,3% no pessoal ocupado) como relativos (queda de 8,1 p.p. na participação, de 16,8% para 8,7%).
Salário médio mensal se mantém estável no setor paraibano de serviços, entre 2013 e 2022
Ao analisar o salário médio mensal recebido pelas pessoas ocupadas em empresas prestadoras de serviços não-financeiros, na Paraíba, a pesquisa constatou que o valor se manteve estável no patamar de 1,6 salários-mínimos, no comparativo entre 2013 e 2022. Além disso, nesse último ano, ficou abaixo da média do Brasil (2,3), mas igual à do Nordeste (1,6), sendo o 8º menor de todas as unidades da federação.
Em 2022, no cenário estadual, as médias salariais mais altas foram verificadas nos subsegmentos de Outros transportes (4,6 salários-mínimos) e de Correio e outras atividades de entrega (3,2 salários-mínimos), que compõem o segmento dos Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. As menores, por sua vez, foram constatadas nos Serviços de alojamento e alimentação (1,1 salário-mínimo), que compõem o segmento de Serviços prestados às famílias; e nas Atividades imobiliárias (1,2 salário-mínimo).
Participação da Paraíba na receita bruta do setor de serviços do Nordeste segue estável
Outra informação trazida pela PAS 2022 consiste na receita bruta de serviços do setor paraibano que, no último ano, foi de R$ 13,5 bilhões, alcançando a máxima histórica da pesquisa. O valor havia sido de R$ 6,5 bilhões em 2013 e de R$ 10,7 bilhões em 2021. Relativamente ao total da receita bruta do setor nordestino, entre 2013 e 2022, não houve variação na participação da Paraíba, que se manteve estável no patamar de 4,6%.
Entre os segmentos abrangidos pela pesquisa, o que deteve a maior participação na receita bruta do setor estadual de serviços, em 2022, com 30,8% do total, foi o segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares. O segmento de Serviços de informação e comunicação, por sua vez, contribuiu com 24,8%, seguido por: Serviços prestados às famílias (18,5%); Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (17,2%); Outras atividades de serviços (4,2%); Atividades imobiliárias (2,5%); e Serviços de manutenção e reparação (1,9%).
No período de 2013 a 2022, o segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares expandiu sua participação na receita bruta do setor em 11,6 p.p., avançando de 19,2% para 30,8%. Já a participação do segmento de Serviços de informação e comunicação recuou 10,6 p.p., de 35,4% para 24,8%. Com essas variações, os dois segmentos inverteram suas posições no ranking setorial relativo ao indicador, o primeiro passando a liderar o setor, enquanto o segundo perdeu a posição de liderança e passou à 2ª colocação.
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