Saúde
Marcapasso cerebral autoajustável reduz sintomas da doença de Parkinson
Estimulação cerebral adaptativa
Um pequeno estudo inicial de viabilidade, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, concluiu que um implante controlado pela atividade cerebral fornece um tratamento contínuo para os sintomas da doença de Parkinson em algumas pessoas com o transtorno.
Esse tipo de tratamento, conhecido como estimulação cerebral profunda adaptativa (aECP), é uma melhoria em relação a uma técnica que tem sido usada para Parkinson e outros transtornos cerebrais há muitos anos, conhecida como marcapassos cerebral. A aECP foi marcadamente mais eficaz no controle dos sintomas da doença, em comparação aos tratamentos convencionais de estimulação cerebral profunda (ECP), ou seja, não adaptativa.
“Este estudo marca um grande passo à frente em direção ao desenvolvimento de um sistema ECP que se adapta ao que o paciente individual precisa em um dado momento,” disse a Dra Megan Frankowski. “Ao ajudar a controlar os sintomas residuais sem agravar outros, a ECP adaptativa tem o potencial de melhorar a qualidade de vida de algumas pessoas que vivem com a doença de Parkinson.”
Estimulação cerebral profunda – normal e inteligente
A estimulação cerebral profunda tradicional envolve a implantação de fios finos, chamados eletrodos, em locais específicos do cérebro. Esses eletrodos então fornecem sinais elétricos que podem ajudar a mitigar os sintomas de distúrbios cerebrais, como as relacionadas ao Alzheimer. Mas a ECP convencional fornece um nível constante de estimulação, produzindo efeitos colaterais indesejados porque o cérebro nem sempre precisa da mesma intensidade de tratamento.
Para contornar isso, está sendo desenvolvida uma ECP adaptativa, ou aECP, que usa dados obtidos diretamente do cérebro do paciente e usa inteligência artificial para ajustar o nível de estimulação em tempo real, conforme as necessidades da pessoa mudam ao longo do tempo.
Longo caminho adiante
A aECP melhorou o sintoma mais incômodo de cada participante em cerca de 50%, em comparação com a ECP convencional. Embora fosse um teste duplo-cego, três dos quatro participantes apostaram que estavam recebendo outro tratamento, porque sentiram sua melhoria. Mas ao menos 25% dos pacientes não tiveram melhoria.
Embora estes resultados sejam promissores, ainda há desafios significativos a serem superados para que essa terapia esteja mais amplamente disponível. A configuração inicial do dispositivo exige clínicos altamente treinados. Os pesquisadores imaginam um futuro em que a maior parte do trabalho seria gerenciada pelo próprio dispositivo, reduzindo muito a necessidade de visitas repetidas à clínica para ajustes finos. Mas isso exigirá uma automação que ainda precisa ser desenvolvida.