Artesanato paraibano representa o Brasil e é destaque em salão internacional de artes na França

Dois artesãos do Programa do Artesanato Paraibano (PAP) participam, desde essa quinta-feira (10), da Ob’Art, considerado um dos maiores salões internacionais de arte da França, que será realizado até este domingo (13) na cidade Saint-Ouen-sur-Seine. Tereza Júlio, do município de Cabedelo, e Alexandre Nogueira, de João Pessoa, são os representantes do Brasil na feira, criada pelos Ateliers d’Art de France (Sindicato dos Artesãos Franceses). A iniciativa faz parte de uma parceria entre o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), e o Governo francês, com intermediação do Consulado da França em Recife. 

Com uma curadoria considerada super-rígida, a escolha de apenas dois artesãos paraibanos é a prova dessa avaliação, a participação dos artesãos paraibanos na Ob’Art não seria possível sem os investimentos que o PAP, vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde), vem fazendo, buscando qualificar o segmento cada vez mais por meio de oficinas com nomes renomados, como o estilista Ronaldo Fraga ou o designer Sérgio Matos, reunindo, nesse propósito, diversos parceiros, a exemplo do Sebrae-PB.
 
Para a presidente de Honra do PAP, a primeira-dama Ana Maria Lins, a participação dos artesãos paraibanos na feira de objetos artesanais na França é mais uma conquista do olhar atento que o artesanato paraibano tem recebido do Governo do Estado. “Desde a primeira gestão, o governador João Azevêdo orientou que o artesanato da Paraíba fosse não apenas encarado como cultura, mas também como um segmento que gera renda, que pode melhorar a qualidade de vida do nosso artesão, da nossa artesã. Para isso, temos investido em muitas capacitações, elevando ainda mais a qualidade do nosso artesanato. E o resultado de todos esses esforços é a visibilidade que o segmento tem conquistado: ganhou o selo de Excelência da Unesco, e agora dois artesãos, representando todos os demais, participam desse grande salão internacional de artes na França”, ressaltou.
 
“Veja como uma conquista é fruto de diversas ações. O Programa do Artesanato incentiva, por exemplo, a participação dos nossos artesãos em feiras. Foi exatamente na Fenearte, lá em Olinda, que esses curadores visitaram o estande da Paraíba, marcaram uma reunião e escolheram as peças dos artesãos Tereza e Alexandre. Em resumo, cada ação para fortalecer o nosso artesanato tem a sua importância”, observou Ana Maria Lins. 
 
Opinião compartilhada também pela gestora do PAP, Marielza Rodriguez. “Essa mais recente conquista, que é a participação de dois artesãos paraibanos numa feira de artes super-requintada, é o resultado de muitas mãos e de várias ações. Após uma curadoria super-rígida, Tereza e Alexandre não estão apenas representando a Paraíba, mas o Brasil. Prova de que a orientação do governador João Azevêdo e da nossa presidente de Honra, Ana Maria Lins, de investir cada vez mais no artesanato paraibano está no caminho certo”, comentou. A viagem dos dois artesãos foi financiada pelo Governo da Paraíba.
 
 
Na delegação paraibana em Paris, além do secretário da (Secult), Pedro Santos, auxiliares do Governo do Estado, como Fábio Morais, diretor do Museu do Artesanato Paraibano. “É uma grande oportunidade de a gente conhecer outros trabalhos, perceber como artesãos de outro país veem o trabalho deles, de que maneira eles expõem essa visão, a preocupação deles com o público. Entender também quais as riquezas que a gente tem que são atrativas para um público tão diferente do nosso”, disse, destacando também a importância do intercâmbio para replicar a experiência com outros artesãos paraibanos, capacitando-os ainda mais e criando possibilidades para que eles tenham a mesma oportunidade que Tereza e Alexandre num futuro próximo. 
 
O Brasil em destaque — No site do Ateliers d’Art de France, Tereza Júlio e Alexandre Nogueira são descritos como “dois criadores brasileiros com mundos únicos”, oportunidade em que é destacada a política de aproximação esportiva, cultural, educacional e ecológica entre o Brasil e a França.
 
Expondo pela primeira vez fora do Brasil, Alexandre Nogueira, que trabalha com a marchetaria, técnica que consiste no reaproveitamento de madeiras para a confecção de suas peças, não tem dúvida quanto à importância dessa oportunidade. “As expectativas são as melhores possíveis: fazer novos contatos, pois se trata de um público novo, pra gente mostrar o nosso trabalho, que é a marchetaria, que é fazer composições com madeira de diversas cores”, externou, lembrando o zelo que os franceses têm pela técnica. 
 
“A nossa expectativa é a seguinte: mostrar o nosso artesanato. Como sempre falo: não é a Tereza Júlio que está na França. São todas as mulheres que trabalham com a escama de peixe. Que a nossa participação nesse salão desperte ainda mais o interesse e a curiosidade dos franceses pelo nosso artesanato”, emendou Tereza Júlio, também expondo pela primeira vez fora do Brasil.