ECONOMIA
Governo pode elevar previsão para o PIB deste ano mais uma vez, diz Haddad
O ministro da Fazenda destacou ainda o aumento da nota de crédito do país e defendeu a consistência do arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo federal pode aumentar a previsão para o produto interno bruto (PIB) mais uma vez ainda este ano. O chefe da pasta sinalizou que a equipe econômica pode revisar para cima a atual projeção de 3,2%, definida no último mês de setembro.
“Talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano”, afirmou o ministro, que não enxerga um crescimento da economia menor do que a média mundial. Atualmente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também estima um avanço de 3,2% na economia global. “Não tem por que não mirar uma taxa de crescimento no mínimo acima da média mundial. Estivemos muito tempo abaixo”, disse durante um evento promovido pelo banco Itaú BBA.
Haddad demonstrou otimismo com o cenário fiscal do país e defendeu novamente o arcabouço aprovado em 2023. Segundo ele, as expectativas de inflação devem “voltar a se alinhar com o que a economia real está demonstrando” à medida que o mercado reconheça “a consistência do arcabouço”.
Próximo ao grau de investimento
Com a defesa da regra fiscal e a confiança em atingir a meta em 2024, o ministro ainda espera retomar o grau de investimento em pelo menos uma das agências de risco que definem a nota de crédito do país. Recentemente, a Moody’s elevou a nota do Brasil, de Ba2 para Ba1, o que indica que o país está a um passo do grau de investimento.
Na visão de Haddad, a agenda apresentada pelo governo destaca que as “condições para o Brasil se desenvolver adequadamente estão quase dadas”. Nesse sentido, ele ainda espera ser necessário um “ajuste” no contexto fiscal. “Se defendermos a arquitetura do arcabouço fiscal, vamos chegar ao grau de investimento”, defendeu.
Reforma do IR deve ficar para 2025
O ministro da Fazenda ainda disse que o governo espera viabilizar em breve uma proposta de reforma tributária sobre a renda, que deve ser entregue ao Congresso Nacional somente no próximo ano.
“Não sei se será possível fazê-la esse ano, até porque estamos com um calendário apertado e tarefas inconclusas que queremos entregar esse ano, como o projeto da Fazenda com a União, de revisão de gastos”, reconheceu o ministro.
Haddad destacou também que a equipe econômica trabalha para “levar todas as alternativas técnicas” para apresentar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, além dos outros ministros de Estado.
“Estamos abrindo as contas do Imposto de Renda atual. Quanto significa essas deduções por rubrica? Quais classes são favorecidas com a medida? Tem justiça tributária ou não?”, questionou.