Segurança Pública
Usinas nucleares, hidrelétricas e centros de telecomunicação do Brasil em perigo: País foi o 4º do mundo mais visado por hackers em 2023 e ministro da Defesa diz que “vamos lutar contra inimigos e não vamos vê-los
Desde 2010 o país conta com o Centro de Defesa Cibernética, embrião do atual Comando de Defesa Cibernética
Durante sua visita no exercício Guardião Cibernético 6.0, considerado principal simulador de proteção de infraestruturas críticas do Hemisfério sul, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro defendeu a ampliação dos investimentos no setor de segurança digital.
A presença de Múcio no exercício aconteceu no último dia 17 de outubro, juntamente ao Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, e de oficiais generais do Exército e da FAB (Força Aérea Brasileira). Na oportunidade, ele também falou que hoje lutamos contra inimigos invisíveis.
“Veremos mediante um computador os danos causados, sem que apareça ninguém para que você o enxergue. Esse vai ser o desafio do futuro, nós vamos lutar contra inimigos e não vamos vê-los. Acho o exercício importantíssimo, quero incentivar esse trabalho. Os organizadores estão de parabéns pelo excelente trabalho que estão fazendo nas três Forças e é fundamental que invistamos mais nisso”.
Desde 2010 o país conta com o Centro de Defesa Cibernética, embrião do atual Comando de Defesa Cibernética, no âmbito do Ministério da Defesa e sob coordenação do Exército. Neste ano, a Marinha também criou um Esquadrão de Guerra Cibernética subordinado ao Comando Naval de Operações Espaciais.
Segundo informações do governo federal, a nova organização já está em fase de implementação e ampliará a capacidade de pronta resposta a ameaças no domínio cibernético dos sistemas de navios, viaturas e aeronaves.
Segundo o Comandante Naval de Operações Especiais, Contra-Almirante Luís Manuel de Campos Mello, em 2023 o Brasil foi o país mais visado por hackers na América Latina e o 4º no mundo, sendo alvo de 4,8% dos ataques.
Muitas destas ameaças provêm de criminosos. Entretanto, há indícios de que ações cibernéticas veladas de origem estatal podem estar em cena, caracterizadas, principalmente, como sabotagem digital”.
Ataques como esses podem deixar vulneráveis infraestruturas críticas como usinas nucleares e hidrelétricas, além de centros de telecomunicação e fragilizar completamente um país.
Guardião Cibernético 6.0
Durante o Exercício Guardião Cibernético 6.0, atividades simulam um ambiente realista de ataque e proteção virtual a estruturas críticas de energia, incluindo o setor nuclear, águas, finanças, transporte, biossegurança e bioproteção, governo digital e de comunicações.
São simulados gabinetes de crise com participação de profissionais das áreas jurídica, de comunicação social e tecnologia da informação, além de outros setores-chave para a economia e soberania dos países.
Nesse ano de 2024, o exercício aconteceu de 14 a 18 de outubro na Escola Superior de Defesa, em Brasília, e no Comando da 2ª Divisão do Exército, em São Paulo (SP).
Sociedade de Militar