Segurança Pública
Os drones ameaçadores que monitoram militares do Exército: soldados não conseguem abater os equipamentos e parlamento quer respostas
Militares não conseguiram interceptar equipamentos que sobrevoavam unidades
Incursão Aérea expõe vulnerabilidades na segurança
Na fronteira entre Brasil e Suriname, uma situação alarmante se desenrola. Drones não identificados têm realizado voos de reconhecimento sobre aldeias indígenas e instalações militares, desafiando a soberania nacional e expondo fragilidades na segurança da região amazônica. O incidente mais recente ocorreu no Pelotão Especial de Fronteira (PEF) Tiriyós, no Pará, onde soldados do Exército Brasileiro abriram fogo contra um drone invasor, sem sucesso em derrubá-lo.
Segundo colocado pelo Deputado Federal capitão Alberto Neto, em um pedido de explicações para os militares, o Exército Brasileiro, ciente da gravidade da situação, classificou a presença dos drones como “indicadora da tentativa de levantamento de informações com potencial para comprometer a segurança dos integrantes do Pelotão, bem como das comunidades próximas”. A declaração ressalta a preocupação com possíveis ameaças à integridade das operações militares e à segurança das populações indígenas locais. O comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné, não deu declarações sobre o caso.
A resposta militar, embora imediata, foi fracassada, não foi suficiente para neutralizar a ameaça aérea. O drone, após ser alvo de disparos, conseguiu evadir-se, deixando as autoridades em estado de alerta. Atualmente, as Forças Armadas mantêm vigilância constante, buscando identificar os responsáveis por esses voos não autorizados.
Impacto nas comunidades indígenas
O líder indígena Juventino Pesirima Kaxuyana relatou a crescente tensão nas aldeias do Parque Indígena do Tumucumaque. Segundo ele, além dos drones, grupos de homens desconhecidos têm sido avistados na região, utilizando rotas incomuns para acessar as comunidades.
“Essas pessoas estranhas estão invadindo o território. Eles não chegaram pela trilha que a gente costuma caminhar para chegar nas aldeias. Eles chegaram por trás das aldeias, vindo da fronteira. Ninguém sabe quem é esse pessoal”, afirmou Juventino.
A situação escalou a ponto de os indígenas recorrerem a medidas extremas, como atear fogo à vegetação para afugentar os invasores. Este ato desesperado resultou em pelo menos um intruso ferido, que conseguiu fugir.
Suspeitas e temores de que sejam pessoas ligadas ao tráfico de drogas
As características dos invasores levantam suspeitas sobre sua origem e intenções. Juventino descreve: “Eles usam roupa camuflada. Pelo menos um é branco. Supomos que sejam traficantes, porque eles agem diferente dos garimpeiros quando chegam num local.”
A presença desses indivíduos, combinada com a atividade dos drones, sugere uma operação coordenada e bem equipada. O temor das lideranças indígenas é que, uma vez que o Exército se retire da área, os invasores possam retornar e causar danos ainda maiores.
Indígenas querem a proteção do Exército
Diante dessa ameaça, o líder Juventino Pesirima Kaxuyana fez um apelo direto: “Estamos reivindicando a proteção do Exército e do governo brasileiros.” Este pedido ressalta a urgência de uma resposta governamental efetiva para garantir a segurança das comunidades indígenas e a integridade das fronteiras nacionais.
O deputado Capitão Alberto Neto (PL/AM) em seu encaminhamento ao Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, quer esclarecimentos sobre a situação. As principais questões levantadas incluem:
- A avaliação do Ministério sobre a segurança dos pelotões de fronteira.
- A possibilidade de comprometimento de informações sensíveis.
- As ações em andamento para atender à solicitação de proteção feita pelo líder indígena.
- O progresso na identificação dos responsáveis pelos sobrevoos.