Segurança Pública
Monitoramento de Objetos Espaciais em Órbita Baixa — O que é, e como o Brasil está se preparando
Projeto tem como objetivo a aquisição de um equipamento destinado à detecção e rastreamento de objetos espaciais (Space Surveillance and Tracking – SST)
Mais de 1 milhão de pedaços de detritos espaciais maiores que 1 cm estão orbitando a Terra. Com 20.000 novos satélites previstos para serem lançados na próxima década, esse número aumentará – assim como o risco de colisão no espaço. Tal colisão poderia danificar gravemente um satélite, ou até mesmo destruí-lo, o que resultaria em interrupções significativas nos serviços.
UNIÃO EUROPEIA
No âmbito da União Europeia, mais de 200 organizações atualmente recebem esses serviços e mais de 500 satélites estão protegidos contra o risco de colisão.
Desde 2021 foi estabelecido o Sistema de Vigilância e Rastreamento Espacial (SST), que faz parte do componente Consciência Situacional Espacial (SSA) do Programa Espacial da UE.
ESTADOS UNIDOS
Nos EUA a Vigilância Espacial com Base no Espaço (SBSS) opera 24 horas por dia, 7 dias por semana, coletando dados métricos e de Identificação de Objetos Espaciais para objetos orbitais artificiais sem a interrupção do clima, hora do dia e atmosfera que podem limitar os sistemas terrestres.
Desde 17 de agosto de 2012, a Vigilância Espacial dos EUA está em capacidade operacional plena.
ESPANHA E FRANÇA
A Espanha tem o Centro de Operações (S3TOC), localizado na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, e um radar para rastreamento de objetos em órbita próxima à Terra (S3TSR). Ambos fazem parte do programa europeu EUSST.
O S3TOC, como parte do programa europeu EUSST, fornece serviços de Prevenção de Colisões (CA) a mais de 300 satélites de 30 utilizadores europeus diferentes.
O esquema utilizado é um regime de redundância a quente em que participam os centros de operações franceses e espanhóis, o que garante a consistência dos resultados e a continuação do serviço em caso de falha de um dos dois centros.
BRASIL ENGATINHA
Aqui no Brasil, por enquanto o Comando da Aeronáutica (COMAER) recém iniciou os estudos relacionados ao Projeto Sistema de Monitoramento de Objetos Espaciais em Órbita Baixa (SMOE LEO).
Em seu site, a Força Aérea afirma que o “projeto tem como objetivo a aquisição de um equipamento destinado à detecção e rastreamento de objetos espaciais (Space Surveillance and Tracking – SST)”.
Uma das etapas para a realização dessa tarefa será a emissão de um Pedido de Informações (Request for Information – RFI) a potenciais fornecedores desse tipo de sistema.
Segundo a comunicação da FAB, as empresas interessadas em participar desse estudo podem solicitar sua habilitação para receber o RFI por meio do contato abaixo, preferencialmente até o dia 08/11/2024:
COMISSÃO COORDENADORA DO PROGRAMA AERONAVE DE COMBATE
E-mail: projetosmoeleo.copac@fab.mil.br
A habilitação para receber o RFI e a resposta a esse instrumento não criam nenhum tipo de obrigação para as partes, servindo apenas para fornecer subsídios para a análise da viabilidade do projeto.
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