Especialistas mostram como gabaritar a prova de Ciências Humanas do Enem

Alcançar a nota máxima em Ciências Humanas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) requer uma preparação cuidadosa, com foco na interpretação de textos, na análise crítica e na compreensão das questões de forma ampla e contextualizada. Para ajudar os estudantes a se destacarem, conversamos com Eduardo Gracia, professor de Filosofia e Sociologia, Igor Golinelle, professor de História, e Alice de Martini, professora de Geografia, do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo. Eles compartilharam orientações essenciais para os alunos que buscam gabaritar essa prova.

Preparação: leitura e análise crítica são fundamentais

A preparação para as provas de Ciências Humanas começa muito antes do período final de estudos. Segundo Eduardo Gracia, professor de Filosofia e Sociologia, “os alunos devem se acostumar a ler textos complexos desde o início do Ensino Médio. A leitura de filosofia, sociologia e atualidades ajuda a desenvolver um olhar mais crítico e a habilidade de argumentação, que são fundamentais para as questões interpretativas”.
 

Já Igor Golinelle, professor de História, reforça a importância de estudar com uma abordagem contextualizada. “Na disciplina de História, os conteúdos são interligados. Acontecimentos históricos não devem ser vistos de forma isolada. Um bom desempenho depende da capacidade de relacionar o passado e o presente, compreendendo as interações entre diferentes sociedades e as dinâmicas de poder que emergem dessas relações. É preciso desenvolver uma visão ampla que conecte diferentes períodos e temas.”
 

Para Alice de Martini, professora de Geografia, as questões da disciplina enfatizam a causalidade. “É fundamental que os estudantes compreendam as temáticas como processos dinâmicos de causa e consequência. A leitura de jornais e a consulta a fontes confiáveis na internet podem ser aliadas importantes na preparação”, explica a professora.

Dicas de estudo: organização e revisão constante

Na rotina de estudos, a organização é um ponto crucial. Eduardo Gracia sugere que os alunos distribuam o tempo entre as disciplinas, de forma a equilibrar a dedicação a cada uma delas. “O ideal é criar um cronograma semanal que inclua momentos para revisar os principais conceitos filosóficos e sociológicos, além de ler os textos que foram debatidos em sala de aula”, orienta o professor.
 

Igor Golinelle também recomenda revisões frequentes, principalmente para compreender os eventos históricos em sua totalidade. “Montar mapas mentais pode ser uma estratégia muito eficiente. Eles ajudam a visualizar a cronologia e os temas centrais de cada período histórico, facilitando a compreensão e memorização, além de estabelecer relações entre diferentes eventos e ideias.”
 

Já para Alice de Martini, a prática de exercícios é fundamental. “Os alunos precisam resolver simulados e provas anteriores, pois isso ajuda a entender como os temas são abordados e a identificar padrões de questões. Na Geografia, por exemplo, é comum a exigência de análise de gráficos e mapas, e praticar esse tipo de questão pode fazer toda a diferença.”

Atenção aos enunciados e aos comandos-chave para a resolução das questões

As provas de Ciências Humanas costumam apresentar questões com enunciados extensos, que podem esconder detalhes importantes. “As questões de História muitas vezes trazem textos longos, mas a resposta certa pode estar em uma frase ou palavra-chave do enunciado. Ler com atenção cada detalhe é essencial para não cair em pegadinhas”, alerta Igor Golinelle.
 

Eduardo Gracia destaca que, em Filosofia e Sociologia, é comum haver termos que confundem o estudante. “As questões podem trazer conceitos próximos, mas com significados distintos. É preciso entender bem cada um deles e atentar para o que a pergunta está realmente solicitando. Muitas vezes, a diferença entre acertar e errar está na compreensão precisa do que é pedido. Além disso, muitas questões de História exigem mais compreensão do texto do que conteúdo, o que exige outro tipo de habilidade dos alunos.”
 

Alice de Martini complementa, mencionando a importância de um cuidado especial nas questões de Geografia. “As provas podem incluir gráficos, tabelas e mapas que parecem complexos à primeira vista. É importante saber interpretá-los com atenção, pois muitas vezes a própria resposta pode estar presente neles.”

Dicas finais para o dia da prova

No dia da prova, manter a calma é fundamental para garantir um bom desempenho. “O nervosismo pode atrapalhar a interpretação dos textos e a concentração. Por isso, é importante respirar fundo e começar pelas questões que o aluno julgar mais fáceis”, aconselha Eduardo Gracia.
 

Igor Golinelle sugere que os alunos evitem gastar muito tempo em uma única questão. “Se ficar em dúvida, é melhor passar para a próxima questão e retornar depois, quando poderá analisar melhor aquilo que gerou dúvida. Às vezes, a leitura de outras questões pode ajudar a relembrar temas e detalhes que pareciam esquecidos.”
 

Alice de Martini reforça que o primeiro aspecto que se deve buscar é o comando da questão. “Antes de iniciar a leitura de um texto, mapa ou gráfico, verifique o que a questão solicita. Assim, a leitura será realizada de forma focada, o que ajuda os estudantes a ganhar um tempo precioso na execução da prova”, conclui.