Politíca
Assembleia Legislativa da Paraíba revisa regimento interno e agenda nova eleição para a mesa diretora
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou por unanimidade, nesta semana, o projeto de resolução 303/2024, que altera o Regimento Interno da Casa e marca uma nova eleição para a composição da mesa diretora. A votação foi realizada após uma provocação da Procuradoria-Geral da República (PGR) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que questionou a legalidade da eleição antecipada do segundo biênio, realizada no mesmo momento em que ocorreu a votação para o primeiro mandato da mesa.
A mudança no Regimento surge em um cenário de cobranças judiciais que colocaram em xeque a forma como a ALPB conduziu o processo eleitoral interno. A eleição antecipada do segundo biênio, prática que já havia ocorrido em outras legislaturas, foi contestada pela PGR sob a alegação de que o modelo desrespeitava princípios constitucionais e poderia comprometer a transparência e legitimidade das escolhas internas.
Diante da possibilidade de um embate jurídico prolongado no STF, a Assembleia optou por agir preventivamente, reformulando as regras internas e convocando uma nova eleição para evitar paralisias que pudessem prejudicar o andamento legislativo.
A nova eleição para a mesa diretora está marcada para a próxima terça-feira, 26 de novembro. A partir de hoje, dia 19, o prazo para inscrição de chapas está oficialmente aberto.
Segundo informações de bastidores, a tendência é de que a atual composição, liderada por Adriano Galdino (Republicanos), seja reconduzida ao comando da Casa. Galdino, presidente da Assembleia e figura central na política paraibana, conta com amplo apoio de deputados estaduais, tendo consolidado sua liderança em votações anteriores.
Adriano Galdino desempenha um papel estratégico na ALPB. Ele é reconhecido por sua habilidade em articular alianças políticas e promover estabilidade interna, características que têm sido essenciais para manter a governabilidade no Legislativo estadual.
Caso seja reeleito, Galdino terá o desafio de administrar pautas complexas e continuar a harmonizar interesses diversos entre os parlamentares. Sua possível recondução ao cargo reflete a confiança que a maioria dos deputados deposita em sua capacidade de liderança, mas também levanta questionamentos sobre a renovação de ideias na gestão da Assembleia.
A decisão da ALPB de rever o Regimento Interno e realizar uma nova eleição tem implicações que vão além do âmbito local. A postura demonstra que o Legislativo paraibano está atento às pressões externas e disposto a corrigir eventuais irregularidades apontadas por órgãos fiscalizadores.
Por outro lado, a medida também é vista como uma forma de preservar a autonomia da Casa, que evitou se submeter completamente a um julgamento do STF e preferiu resolver a questão internamente.
Nos próximos dias, a movimentação nos bastidores promete ser intensa. As chapas interessadas têm um período curto para articulações e inscrições, mas a expectativa é de que não haja surpresas significativas no resultado da eleição.
Com a política paraibana tradicionalmente marcada por negociações de última hora, resta aguardar se alguma chapa alternativa será lançada ou se a liderança de Adriano Galdino será consolidada sem grandes resistências.
A Assembleia Legislativa, como representante dos interesses da população paraibana, tem uma responsabilidade fundamental de conduzir seus processos com ética, transparência e respeito à legalidade. A nova eleição, ao corrigir práticas questionáveis do passado, é uma oportunidade para reforçar a confiança pública na instituição.
O cidadão paraibano deve estar atento, acompanhar o desenrolar dos fatos e cobrar dos parlamentares uma gestão comprometida com os interesses coletivos. Afinal, é no equilíbrio entre política e transparência que se constrói um Legislativo forte e respeitado.