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Sertão paraibano sob chuva forte: alívio, esperança e barulho no céu
O Sertão da Paraíba acordou diferente nesta terça-feira (3). Não foi o calorão de sempre que dominou a madrugada, mas sim trovões, relâmpagos e pancadas de chuva. Frei Martinho, Catolé do Rocha e outras cidades da região vivenciaram momentos de surpresa e alívio. Afinal, qualquer gota d’água por essas bandas é motivo de festa – e dessa vez, vieram acompanhadas de um espetáculo de luzes e sons no céu.
Enquanto a chuva caía, os registros pipocavam nas redes sociais. Mas o destaque mesmo veio dos dados oficiais da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). São José de Espinharas liderou com volumosos 73,7 milímetros em apenas 24 horas, o que é um respiro enorme para a região. Santa Teresinha, logo atrás, também brilhou, acumulando 66,3 milímetros.
Quem recebeu mais água do céu?
- São José de Espinharas – 73,7 mm
- Santa Teresinha – 66,3 mm
- Patos (EMBRAPA) – 57 mm
- Cajazeiras (Sítio São José) – 54,2 mm
- Santa Cruz – 43 mm
- Condado – 36 mm
- Areia de Baraúnas – 30,3 mm
- São José do Bonfim – 26,2 mm
- Jericó – 25 mm
- Juarez Távora – 22 mm
A meteorologista Marle Bandeira, da Aesa, explicou que essas chuvas são “o esperado” para o período. Um prenúncio do que pode ser um inverno melhor para o Sertão, que tem sede de água e de esperança. Segundo ela, são fenômenos naturais que anunciam a proximidade da temporada chuvosa.
A chuva mudou o clima, mas também os ânimos. Agricultores já começam a se animar com a possibilidade de plantar e colher com menos sofrimento. O abastecimento de água, sendo sempre um dilema para a região, pode ganhar um fôlego, mesmo que temporário. Por outro lado, os ventos fortes e as descargas elétricas trouxeram transtornos. Algumas cidades enfrentaram quedas de energia e relataram sustos com raios.
Essa água do céu trouxe mais que alívio. Representa, sobretudo, uma possibilidade. Uma promessa de tempos melhores para quem vive sob o desafio constante da seca. No Sertão, a chuva não é só um evento climático. É um presente. E, pelo visto, mas está por vir. A Aesa aponta para a continuidade dessas precipitações nos próximos dias.
O Sertão, que já conhece tanto a dureza da estiagem, agora aguarda o desdobrar dessa mudança no clima. Se a chuva vier para ficar, será muito mais que água; será vida, será futuro. O céu avisou, e o solo agradece.