Internacional
Migrantes da Venezuela ajudam a alavancar economia do Peru em US$ 530 milhões
Organização Internacional para Migrações realizou estudo sobre contribuição dos venezuelanos este ano e constatou que eles deixam mais de 96% do que ganham no país de destino
Em 2024, o Peru recebeu um ingresso de US$ 530 milhões em sua economia graças ao trabalho de migrantes e refugiados venezuelanos no país. Os dados são da Organização Internacional para Migrações, OIM, num estudo publicado na semana passada.
Segundo a agência da ONU, o impacto econômico dos migrantes e refugiados da Venezuela pode ser visto em vários países da América Latina e do Caribe.
Venezuelanos fazem fila no escritório de migração em Lima, Peru
Remessas a familiares
O enviado especial da OIM na região, Diego Beltrand, afirma que o fenômeno é um catalisador para o desenvolvimento fornecendo uma prova contundente dos avanços socioeconômicos em nações acolhedoras da migração.
O estudo “Análise Exploratória da Contribuição Fiscal e Econômica da Migração Venezuelana no Peru” mostra que os venezuelanos são responsáveis por 1.35% da receita fiscal deste ano.
Além disso, 96,1% dos gastos desses migrantes ficam no país de destino. Apenas 3,9% retornam à Venezuela em forma de remessas para os familiares dos trabalhadores.
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Quase metade das mulheres migrantes estão desempregadas
A OIM acredita que com a regularização dos venezuelanos no mercado formal de trabalho do Peru, o impacto fiscal deverá aumentar para US$ 797 milhões por ano, representando 2% da receita fiscal total do país.
O estudo revela ainda que 81% dos migrantes venezuelanos no Peru, em idade produtiva, estão trabalhando. Entretanto, apesar de 49,3% terem educação superior, muitos permanecem no mercado informal.
Dos assalariados, apenas 9,5% estão atuando em sua área de especialização. Muitos por causa da barreira de revalidação de diplomas e qualificações acadêmicas. Menos de 10% das pessoas que tentam esse caminho são bem-sucedidas.
As mulheres migrantes enfrentam barreiras mais altas para oportunidades de emprego se comparadas a homens: 43,7% delas estão ainda desempregadas.
Estudos semelhantes foram conduzidos em Aruba, Colômbia, Costa Rica, Chile, República Dominicana e Panamá.
Empresários da Venezuela investiram mais de US$ 1 bilhão no Panamá na última década criando 400 mil empregos. No caso da Colômbia, os migrantes venezulanos contribuíram US$ 529,1 milhões.
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