CIÊNCIA & TECNOLOGIA
TikTok: Entre o banimento, polêmicas e a sombra da poluição digital
O TikTok, queridinho das gerações Z e millennials, está numa verdadeira encruzilhada nos Estados Unidos. A plataforma, que redefiniu o consumo de vídeos curtos e gerou uma legião de influenciadores em tempo recorde, agora encara um ultimato: venda ou desapareça. A ByteDance, sua empresa-mãe, está tentando desesperadamente evitar que o app seja varrido do mapa norte-americano. E, para isso, até recorreu à Suprema Corte e, pasmem, a Donald Trump, que recentemente parece ter mudado sua relação de amor e ódio com o aplicativo.
Sim, estamos falando do mesmo Trump que, no passado, viu o TikTok como uma ameaça à segurança nacional e às suas próprias cruzadas políticas. Agora, no entanto, o cenário é outro. Parece que o algoritmo viciante do app fez mais do que capturar milhões de usuários: conquistou também um “carinho especial” do ex-presidente. E com isso, surgiu um possível aliado na batalha para manter o TikTok vivo em solo americano.
Um aliado improvável e as manobras nos bastidores
A relação de Trump com o TikTok é confusa. Ele já chamou o app de ferramenta de espionagem chinesa, mas agora, com a ByteDance buscando desesperadamente uma saída, há rumores de que o ex-presidente pode ser a peça-chave para a sobrevivência do aplicativo. Não porque ele acredita no potencial do app de transformar dancinhas em ouro digital, mas porque enxerga nele uma conexão com o público jovem que, muitas vezes, não faz parte de sua base tradicional.
É quase irônico: o político que já ameaçou “apertar o botão vermelho” no TikTok agora pode estar disposto a salvar o app. Isso, claro, se a ByteDance estiver disposta a jogar o jogo.
O lado sujo do algoritmo viciante
Enquanto o TikTok luta pela sua permanência, outro problema gigante surge no radar. Literalmente gigante, quando falamos de emissões de CO₂. Análises recentes revelam que o aplicativo consome mais energia e emite mais poluentes do que países inteiros. Para colocar em perspectiva, a pegada de carbono gerada pelos usuários do TikTok ao longo de um ano equivale a dirigir quase 200 quilômetros de carro a gasolina. Ah, e isso sem incluir as emissões das operações gigantescas por trás dos servidores e sistemas que mantêm o app rodando.
Não é pouca coisa. Estamos falando de um app que, além de roubar seu tempo (e talvez seus dados), também está colaborando para esquentar o planeta. E o paradoxo aqui é óbvio: o TikTok, que promove um monte de conteúdo “verde” e sustentável, é um verdadeiro vilão ambiental mascarado.
Banir ou vender? Eis a questão
Se o TikTok sobreviver, será que seus usuários vão se importar com o impacto ambiental? Ou será que o algoritmo continuará sendo mais forte do que qualquer relatório de emissões? Por outro lado, se o app for banido, os relatórios provavelmente virão à tona, expondo ainda mais a hipocrisia das grandes plataformas digitais.
E aí entra Trump, com sua capacidade de mudar as regras do jogo. Ele já deixou claro que adora brincar de “dono do tabuleiro”. Se o TikTok for vendido, ele pode ser o mediador que decide o que será apagado, tanto no que diz respeito às emissões quanto às políticas de regulamentação.
O futuro do TikTok está em jogo
O que resta agora é observar como o drama vai se desenrolar. Seja pela venda, pela sobrevivência ou pelo adeus definitivo, o TikTok segue sendo um fenômeno global — com todas as suas contradições. Ele não só transformou a maneira como nos conectamos e consumimos conteúdo, mas também revelou como a tecnologia está profundamente entrelaçada com questões de política, economia e meio ambiente.
Mas uma coisa é certa: o algoritmo pode ser viciante, mas a verdade, cedo ou tarde, sempre encontra um jeito de aparecer. Resta saber se os bilhões de usuários que movem essa máquina estão prontos para encarar o custo real da diversão.