Segurança Pública
Ou recua ou é demitido: Olsen teria ficado prestes a perder o Comando da Marinha por causa de vídeo ironizando privilégios
Comandante da Marinha teria escolhido recuar. Isso explicaria a exclusão do vídeo das redes sociais nesta quarta-feira, 18 de dezembro
O Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, esteve no meio de uma crise no governo, abafada durante a internação emergencial do presidente Lula devido a complicações da queda sofrida em outubro no Palácio do Planalto.
Segundo o colunista da Veja, José Casado, Olsen teve que escolher entre recuar da ofensiva da Marinha ironizando supostos privilégios dos militares da Força Naval ou ser demitido.
De acordo com Casado, o Comandante da Marinha teria escolhido recuar. Isso explicaria a exclusão do vídeo das redes sociais nesta quarta-feira, 18 de dezembro.
O desgaste teria acontecido principalmente porque Olsen ofereceu um jantar ao presidente e não o avisou sobre a campanha publicitária, interpretada como forma de protesto à inclusão das Forças Armadas no pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A decisão de deletar o vídeo das redes sociais teria partido diretamente de Olsen.
Mais sobre o polêmico vídeo
Em 1º de dezembro, data da publicação, os Comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, ainda negociavam com o governo as regras de transição para o estabelecimento da idade mínima de 55 anos para a passagem dos militares para a reserva remunerada.
O vídeo teria desagradado pessoalmente o presidente Lula e afetado a negociação sobre reestruturação da carreira das Forças Armadas, já muito combalida.
Segundo relatos de assessores do governo ao colunista de política da CNN, Gustavo Uribe, o material abriu uma “ferida” na relação.
A Marinha também foi muito criticada pela sociedade, representada no vídeo de forma elitizada e insensível às dificuldades da maioria da população brasileira, conforme destacou a historiadora militar Carla Teixeira em entrevista ao UOL.
No X (antigo Twitter), os comentários mais curtidos de resposta ao vídeo eram negativos.
“Quem teve a brilhante ideia de fazer uma peça publicitária que dá a entender que todos os civis brasileiros não trabalham e vivem em uma novela do Manoel Carlos enquanto a Marinha defende o Brasil de uma guerra imaginária?”, disse Biazita Gomes.
“Que vergonha esse vídeo retratando os civis como se ficassem em festas e lazer quando, na verdade, a maioria batalha de segunda a segunda pra sobreviver”, afirmou Diego Leonardo.
A Marinha não respondeu aos questionamentos da imprensa sobre a razão de ter excluído o vídeo.
Mas quando questionada anteriormente sobre o propósito da campanha, afirmou ter a “intenção de destacar e reconhecer o constante sacrifício de marinheiros e fuzileiros navais, que trabalham incansavelmente para a Defesa da Pátria e o desenvolvimento nacional, atividades essenciais para que a sociedade em geral possa desfrutar de vida mais próspera e segura”.