ECONOMIA
Natal, inflação e desemprego: o que tem na ceia do mercado essa semana?
Fim de ano chegou, e com ele, aquela velha mistura de otimismo festivo e preocupação com os boletos. Enquanto a gente tenta se equilibrar entre o peru e a fatura do cartão, o mercado financeiro também tira uns dias de folga – mas não sem antes jogar algumas bombas no nosso colo. Vamos dar uma olhada no que tá rolando?
Primeiro, o básico: a Bolsa resolveu tirar férias devido ao Natal. Nada de negociações nos dias 24 e 25. Um respiro? Talvez. Mas nem adianta se animar muito, porque no dia 26 volta tudo ao normal e os números continuam lá, implacáveis como sempre. Enquanto você come rabanada, a dívida pública tá crescendo no canto da sala.
Na quinta-feira, o Tesouro Nacional solta o relatório mensal da dívida pública. Spoiler: tá alta. Em outubro, a coisa já tinha batido R$ 7, 073 trilhões. Trilhões, meu amigo. Um aumento de 1,8% em um mês. E por que isso importa? Porque essa dívida tem um custo – e adivinha quem paga no final? Em um cenário de juros altos, o governo tá gastando horrores só pra manter essa bola de neve girando. Quem tá no comando vai ter que inventar alguma mágica pra não deixar isso virar uma avalanche.
Na sexta-feira, o IBGE aparece com o IPCA-15 de dezembro, aquele índice que dá uma prévia do que foi o mês. A previsão é de um aumento de 0,45%. Parece pouco? Depende. Alimentos e passagens aéreas estão entre os vilões da vez, e, sinceramente, quem nunca sentiu o baque no mercado ou na hora de planejar uma viagem? É aquele clássico: salário parado, preços subindo. A gente sabe como termina.
Mais do que isso, o número vai ser uma pista importante pra entender o que 2024 nos reserva. E olha, se o Banco Central não segurar a meta de inflação, a conta vai ser ainda mais salgada. Natal feliz? Talvez. Ano novo? Depende de como esses dados forem digeridos.
Ainda na sexta, saem os números do mercado de trabalho: PNAD Contínua e CAGED. Ou seja, a gente vai saber como tá o desemprego e o emprego formal. Vale lembrar que os dados de novembro chegam com uma carga simbólica – é o fechamento de um ano que foi marcado por altos e baixos.
Tá cheio de gente comemorando a recuperação do emprego formal, mas será que isso tá refletindo na vida real? Porque, no fim das contas, de nada adianta recuperar vagas se boa parte delas tem salários baixos ou condições precárias. Dá pra falar em “melhora” se o trabalhador ainda tá ralando pra pagar o básico?
A semana é curta, mas cheia de dados pra digerir. Enquanto o mercado financeiro tenta prever o futuro com base nesses números, a gente aqui na ponta só quer saber de sobreviver. Dá pra comprar o presente de Natal ou é melhor guardar pra pagar a luz de janeiro? Vai ter ceia ou só pão com manteiga? No fim, os relatórios e índices podem até ter impacto macroeconômico, mas o que realmente importa é como tudo isso reflete no bolso – e na vida – de quem tá aqui embaixo.
Quer um conselho? Aproveita o feriado. Porque depois, meu amigo, a realidade tá ali na esquina, pronta pra te dar uma tapa na cara.