ECONOMIA
O dólar em chamas e o BC jogando balde d’água
A montanha-russa do câmbio brasileiro ganhou mais um capítulo. Hoje, às 9h15, o Banco Central vai jogar pesado. Um leilão de US$ 3 bilhões. Grana à vista, sem enrolação. Por quê? Porque o dólar tá se achando o dono do pedaço, batendo R$ 6,18 na segunda-feira. Culpa de quem? Todo mundo, pra ser sincero: remessas de fim de ano, investidores pulando fora do barco, incertezas fiscais. Um caos.
O BC tá tentando apagar o incêndio, mas será que resolve? Historicamente, essas intervenções são tipo band-aid em ferida aberta. Alivia por um tempo, mas não cura o problema. A saída de capitais é brutal, e o mercado já não tem paciência com o “jeitinho brasileiro” de lidar com as contas públicas.
Enquanto o BC briga com o dólar, o STF resolveu jogar gasolina no campo político. Flávio Dino mandou suspender R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. Não é pouca coisa. Isso mexe diretamente na articulação do governo. Lula, que já vinha distribuindo recursos pra garantir apoio no Congresso, agora vê a base tremer.
E sabe o que é pior? Essa confusão pode atrasar a aprovação do Orçamento de 2025. Fevereiro? Março? Quem sabe. Enquanto isso, o mercado fica mais nervoso do que torcedor em final de campeonato. Políticos brigam, o povo assiste, e o dólar, claro, vai subindo.
Tá difícil pra todo mundo, mas pro Tesouro Nacional a conta tá ficando insustentável. Hoje sai o Relatório Mensal da Dívida Pública. Spoiler: o número é gigante. R$ 7, 073 trilhões em outubro, alta de 1,8% em um mês. Isso é tipo aquele cartão de crédito que você nunca consegue pagar.
Com juros lá nas alturas, o custo da dívida tá explodindo. O governo vai ter que rebolar pra administrar as emissões e tentar não afundar ainda mais. Mas, convenhamos, com o cenário político e econômico atual, rebolar talvez não seja suficiente.
Hoje à tarde, o Banco Central joga mais uma bomba: o relatório do fluxo cambial. Vai ser bonito? Duvido. As saídas de dólares estão colocando ainda mais pressão no câmbio. E sabe o que é pior? Não tem como segurar essa galera.
Com os juros nos Estados Unidos nas alturas, o Brasil virou opção de risco. Os investidores preferem lugares mais seguros, mesmo que o retorno seja menor. E, claro, a nossa instabilidade interna só ajuda a empurrar a grana pra fora.
Nem tudo é tragédia. Lá na China, o mercado tá especulando sobre novos estímulos econômicos. Resultado? O preço do minério de ferro subiu 1%. Parece pouco, mas no mundo das commodities, isso é música pra quem exporta.
A China é o maior consumidor global de minério. Se eles resolverem tirar a carteira do bolso pra salvar a economia, o Brasil pode até respirar um pouco. Mas calma lá. Promessas de estímulos não enchem barriga. O mercado tá otimista, mas, como dizem, “não conte com o ovo antes de a galinha botar”.
No Brasil, é sempre assim. Enquanto uns tentam apagar incêndios no câmbio, outros jogam gasolina na política. No fim, quem paga a conta é o povo. Dívida subindo, dólar disparando, mercados nervosos. Tudo vira um grande quebra-cabeça onde faltam as peças principais: estabilidade e confiança. E, sinceramente? A sensação é de que estamos sempre na beira do abismo, olhando pra baixo e pensando: “será que dessa vez a gente cai?”.