ECONOMIA
BC torra R$ 190 bilhões em reservas cambiais: uma tentativa desesperada de conter o dólar que só expõe o caos fiscal
É isso mesmo, amigo leitor. O Banco Central está queimando bilhões de dólares das reservas cambiais brasileiras como se fosse papel picado. Tudo para tentar estancar a disparada do dólar, que virou um foguete rumo à estratosfera. Mas calma, já vamos falar sobre o que está acontecendo. Antes, a pergunta que não quer calar: isso é uma estratégia ou um grito de desespero? Spoiler: parece mais um grito.
Essa semana, o BC colocou mais US$ 3 bilhões (ou R$ 18,5 bilhões) no ventilador, somando um total absurdo de US$ 30,76 bilhões (algo na casa dos R$ 190 bilhões) queimados em questão de dias. Para quê? Para tentar segurar a alta da moeda americana. Mas será que adianta? Porque, por enquanto, o dólar continua rindo na nossa cara. E o que isso diz sobre o estado da economia brasileira? Nada de bom, amigo. Nada de bom.
Vamos ao ponto. Por que o dólar está subindo tanto? O mercado financeiro — aquele mesmo que o governo adora culpar — já tinha dado os sinais: o desequilíbrio fiscal está fora de controle. O governo Lula (PT), desde o início do mandato, mostra um desprezo olímpico por qualquer noção de equilíbrio nas contas públicas. O resultado disso? Desconfiança generalizada. E desconfiança, no mundo financeiro, é sinônimo de fuga de capital. E quando o dinheiro sai do Brasil, o dólar sobe. Simples assim.
O problema é que o governo parece não entender ou, pior, não se importar. Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preferem atacar o “mercado” e criar narrativas de inimigos imaginários, em vez de assumir a responsabilidade pelas escolhas econômicas erráticas. Aliás, não é irônico que o mesmo “mercado” que eles demonizam seja quem financia o governo por meio de títulos como o Tesouro Direto? É tipo morder a mão que te alimenta, só que com um nível de cinismo que chega a ser constrangedor.
Agora, vamos às contas. O BC gastou R$ 190 bilhões em dez dias para tentar conter o dólar. Sabe quanto é isso? É mais de duas vezes o valor do tão falado “pacote fiscal” de Haddad, que promete cortar R$ 75 bilhões em quinze anos. Sim, você leu certo: quinze anos contra dez dias. E ainda tem gente achando que isso é “gestão”.
E pior: o tal pacote fiscal, que já nasceu capenga e com meses de atraso, foi comemorado como uma grande vitória pelo governo. Mas, na prática, é um remendo insuficiente para o buraco fiscal que eles mesmos estão cavando. É como tentar apagar um incêndio com um copinho d’água enquanto você joga gasolina no outro lado da sala.
Outro ponto que precisa ser dito: culpar o mercado pela alta do dólar é, no mínimo, preguiçoso. O mercado reage a sinais. Se o governo sinaliza que não tem compromisso com o equilíbrio fiscal, o mercado reage vendendo ativos brasileiros e comprando dólares. É uma equação básica. Não é conspiração, não é má vontade, não é perseguição. É só lógica.
Mas o que o governo faz? Ignora os sinais, ataca quem aponta os problemas e dobra a aposta em políticas que só aumentam o buraco fiscal. É como dirigir um carro em direção ao abismo e reclamar que o GPS está avisando.
O que fica claro é que essa estratégia de torrar reservas cambiais não é sustentável. O Brasil não tem um estoque infinito de dólares para queimar. Além disso, essa política de intervenção agressiva no câmbio tem um custo altíssimo, não só em termos financeiros, mas também em credibilidade. Porque, no final das contas, o que o mercado vê é um governo que está tentando apagar incêndios com baldes furados, em vez de resolver o problema na raiz.
E a raiz do problema é o fiscal. Enquanto o governo continuar ignorando isso e apostando em narrativas populistas para justificar seus erros, o dólar vai continuar subindo, a inflação vai continuar pressionando, os juros vão continuar altos, e a economia vai continuar patinando. E quem paga essa conta? Você, eu, todos nós.
Se nada mudar, prepare-se para mais intervenções do BC, mais queima de reservas, mais discursos inflamados contra o “mercado” e, claro, mais instabilidade. Porque, no final das contas, o que estamos vendo é um governo que não só se recusa a admitir seus erros, mas também parece não ter ideia de como corrigi-los. E isso, meu amigo, é o pior tipo de crise: uma crise de confiança.