Por que a inovação incremental é o novo feijão com arroz do mundo corporativo?

Por Vitória Alves de Sá

De fato, os negócios prosperam dificilmente sem inovação. Comumente vinculada a grandes feitos, avanços tecnológicos ou mudanças disruptivas, a arte de inovar também pode ser sutil e, ainda assim, poderosa.

Tido como o “arroz com feijão”, a inovação incremental é básica, indispensável e eficiente. Fundamental no dia a dia das empresas, ela traz pequenas melhorias em produtos, serviços, processos ou modelos de negócios já existentes, gerando valor sem rupturas drásticas.

Promovendo resultados concretos e sustentáveis, esse tipo de inovação possibilita avanços consistentes com menor custo de investimento, uma vez que se baseia em algo já consolidado. Neste sentido, a aplicação é mais previsível e os riscos controlados, garantindo competitividade contínua e relevância no mercado.

No geral, clientes e colaboradores aderem com facilidade às mudanças incrementais, visto que elas não exigem grandes adaptações. Logo, embora discretas e simplistas, elas garantem sucesso e transformação para as companhias.

Vale destacar que é essencial estabelecer um equilíbrio entre inovações incrementais e radicais, por exemplo. Isto promove longevidade e sucesso sustentado para a organização, ao passo que o conceito incremental dispõe de estabilidade operacional, familiaridade com os clientes e baixo risco, a partir de uma evolução constante e gradual. Enquanto o modelo radical impulsiona mudanças significativas, explora novos mercados e antecipa demandas futuras, desafiando o status quo da empresa.

Quando combinadas, as duas modalidades combinam de forma dinâmica estabilidade com adaptabilidade. Sendo assim, reinventando o “arroz com feijão”, a inovação incremental, além de preparar as companhias para novos desafios, também promove pequenas mudanças colaborativas, capazes de sanar dificuldades imediatas e fortalecer a cultura inovadora.

Conforme o relatório de 2024 da Accenture Strategy, as empresas que não investem em inovação arriscam serem superadas por concorrentes mais ágeis e inovadores. Não à toa, consideradas combustível não apenas para o sucesso, mas também para a mera existência no panorama empresarial contemporâneo, as inovações, juntamente das adaptações tecnológicas, trazem novas formas de eficiência e vantagem competitiva tanto em termos de receita e crescimento como em resiliência e satisfação do cliente.

Portanto, embora muitas vezes ofuscado pelas inovações disruptivas, este conceito incremental desempenha um papel crucial na sustentabilidade e competitividade das organizações. São pequenos avanços contínuos que fomentam um ambiente criativo e adaptável quando focados no famoso “básico bem-feito”. Logo, talvez seja o momento de avaliar as necessidades dos usuários, dos processos internos e das tendências do mercado.