AGRICULTURA & PECUÁRIA
Café dispara e milho cai com tarifas de Trump

Os preços das commodities tiveram um pregão de forte oscilação, com o café subindo 7,34% no vencimento de maio e 8,18% no de setembro na retomada das negociações na Bolsa de Valores brasileira, após o Carnaval, refletindo uma reversão técnica nos preços do café após o rompimento de um nível de Fibonacci (usado para analisar pontos de suporte ou resistência).
Em Chicago, os contratos de café arábica também subiram durante o pregão, mas em um ritmo menos acelerado, com o contrato para maio encerrando em alta de 2,36%, a US$ 407,80.
Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao México e ao Canadá, além da retaliação da China, impactou nos preços do café e do milho. Veja a análise na íntegra:
Milho recua com tarifas e retaliação da China
O milho teve queda devido às tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de México e Canadá, grandes compradores da commodity americana.
A China também anunciou medidas de retaliação, afetando tanto o milho quanto a soja. Apesar de uma leve recuperação durante o pregão, os impactos dessas barreiras comerciais geram incerteza sobre a direção dos preços.
Petróleo cai com perspectiva de acordo na Ucrânia
O petróleo apresentou forte queda, com os contratos fechando com desvalorização acima dos 2%. O petróleo brent para maio caiu 2,44%, aos US$ 69,30 por barril, na ICE, enquanto o WTI para abril recuou 2,85%, aos US$ 66,31 por barril, na Nymex
Segundo Gioielli, o movimento foi influenciado pela percepção de um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, após negociações nos bastidores envolvendo Trump e Putin, e caso um acordo seja concretizado, o preço do barril pode recuar ainda mais, possivelmente para o patamar de US$ 60-65.
Boi pode se recuperar com mudança no ciclo pecuário
Os preços do boi gordo registraram oscilações após o descredenciamento de frigoríficos brasileiros para exportação à China.
No entanto, o mercado pode se recuperar nos próximos meses devido a uma mudança no ciclo pecuário, que deve reduzir a oferta e sustentar os preços a médio prazo. No curto prazo, porém, as escalas longas de abate ainda pressionam as cotações.
A volatilidade segue como fator predominante no mercado de commodities, exigindo cautela dos investidores diante das incertezas políticas e climáticas que afetam a oferta e a demanda global.