ECONOMIA
Câmbio: Dólar volta do Carnaval com queda de quase 3%

O dólar fechou esta quarta-feira (5) em queda de 2,71%, fechando a R$ 5,75 — abaixo do patamar de R$ 5,80. O movimento reflete a desvalorização global da moeda americana, impulsionada por expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos ainda este ano.
O real registrou o melhor desempenho entre as principais moedas globais, recuperando parte das perdas da semana passada, quando o dólar havia subido 3,24%.
Apostas em cortes de juros nos EUA pressionam dólar
A principal razão para a queda do dólar foi a revisão das expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed). O relatório ADP, que mede a criação de empregos no setor privado dos EUA, mostrou a geração de 77 mil postos de trabalho em fevereiro, abaixo da projeção de 143 mil. Esse dado reforça a percepção de que a economia americana pode estar desacelerando, o que abre espaço para cortes na taxa de juros.
Ferramentas do CME Group indicam que o mercado já precifica mais de 30% de chance de um corte total de 75 pontos-base na taxa de juros americana até o fim do ano. Para junho, as apostas de um primeiro corte já ultrapassam 80%.
Além disso, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, caiu mais de 1% e atingiu 104,259 pontos, o menor nível em semanas.
Movimentos geopolíticos e comerciais também impactam câmbio
Outro fator que contribuiu para o enfraquecimento do dólar foi a reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e a Ucrânia. A retomada das negociações sobre a exploração de minerais pode ser um sinal de um possível acordo de paz, o que reduz a aversão ao risco nos mercados e favorece moedas emergentes, como o real.
No cenário político americano, declarações do presidente Donald Trump sobre tarifas comerciais também influenciaram os mercados. Ele indicou que pode isentar os países do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) de novas tarifas, o que ajudou a acalmar investidores.