Internacional
Imunologista alemão defende mudar grupos prioritários na vacinação
Em meio a reclamações de lentidão da vacinação contra covid-19 da Alemanha, especialista em imunologia sugere que grupos prioritários deveriam ser definidos pelos número de contatos sociais, e não pela idade
Alemanha deveria priorizar as pessoas com base nos números de seus contatos sociais na vacinação contra o coronavírus. É o que defende o especialista em imunologia Michael Meyer-Hermann, do centro Helmholtz para Pesquisa de Infecções, da cidade de Braunschweig. Vacinar primeiro quem tem mais contato com outras pessoas “teria um efeito muito maior”, disse Meyer-Hermann ao jornal Tagesspiegel.
Meyer-Hermann aponta que o plano seguido pela Alemanha e pela maioria dos outros países de iniciar a vacinação pelos idosos e pessoas mais vulneráveis reduziu o número de mortes, mas não teve um impacto significativo na pandemia – em termos de aumento de casos – uma vez que essas pessoas tendem a ter menos contatos sociais.
Qual é a perspectiva da Alemanha na luta contra a Covid?
O imunologista também criticou o plano da Alemanha de reduzir as medidas de lockdown, especialmente porque as variantes mais contagiosas têm se espalhado cada vez mais pelo país.
Ele prevê que o número de casos “explodirá”, como aconteceu na Irlanda, Grã-Bretanha, Portugal e República Tcheca.
Gernot Marx, chefe da Associação Alemã de Terapia Intensiva (DIVI), disse, em entrevista ao grupo de mídia Funke, que, se a Alemanha conseguir aumentar significativamente seu programa de vacinação,, “teremos derrotado a pandemia até o final de setembro”.
Ele aponta para dados de Israel, que mostram que quem já foi vacinado não pode mais infectar outras pessoas. Ainda assim, alerta que algumas medidas de higiene devem ser mantidas para que não se perca o progresso proporcionado pela vacina.
Como está a vacinação na Alemanha?
Atualmente, a Alemanha está vacinando o seu grupo de maior prioridade, que inclui pessoas com mais de 80 anos e profissionais de saúde da linha de frente. O segundo grupo a ser imunizado incluirá àqueles com 70 anos ou mais, bem como pessoas com problemas de saúde crônicos.
De acordo com o governo, na sexta-feira, 71 dias desde a prima aplicação da vacina, 4,9 milhões de pessoas haviam recebido ao menos uma dose do imunizante, das quais 2.4 milhões haviam recebido as duas doses.
O número de vacinas aplicadas por dia também aumentou para mais de 170.000 na quinta e na sexta-feira da semana passada. O aumento ocorre em meio às críticas com relação ao avanço lento da campanha de vacinação no país.