ESTADO
Volume de chuvas cai no inverno e seguro deve ser anunciado para mitigar perdas por consequências das variações climáticas
O mês de junho deste ano foi considerado catastrófico, uma falha grande para o período de inverno na Paraíba, principalmente no litoral quanto ao volume de chuvas, pois choveu entre 25 a 30% do esperado, segundo apresentação do doutor em meteorologia, Alexandre Magno de Medeiros, nesta quarta-feira (28), na palestra Perspectivas Climáticas, organizada pelo Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool).
Conforme ele falou, essa situação foi resultado de um veranico muito extensivo caracterizado no Pacífico e os ventos no Atlântico. “Junho deste ano é considerado por muitos, como o mais seco da história, nos últimos 30 anos, se comparado ao mesmo mês nos anos de 1990 e 1993 em déficit acumulado na Paraíba,”, revelou Alexandre.
De acordo ainda com o especialista, 2021 está sendo ruim em volume de chuvas por causa de junho.
Segundo o especialista, as chuvas se deslocaram um pouco para o Sertão do Estado, considerado na região, o início da fase da estiagem. “Alguns pontos passaram quase 15 dias sem chover, e quando voltou não voltou com a intensidade desejada”, lembrou Alexandre.
De acordo com o doutor em meteorologia as chuvas no setor leste da Paraíba se encerram no final de agosto e até o dia 10 de setembro, não se pode esperar por chuvas ou recuperação excessiva, diante da situação de junho.
“A nebulosidade vinda do oceano deve manter a umidade no mês de agosto e a progressão de chuvas moderada a forte em Alagoas, sul do Pernambuco e sul da Paraíba”, lembrou Alexandre Magno.
Ele informou que João Pessoa apresenta um déficit de 46% no volume de chuvas nesse mês de julho. “Na Grande João Pessoa a previsão é de 23 dias de chuvas, mas não com intensidade. O restante do Estado apresenta 41% abaixo da média das chuvas esse mês”, informou o meteorologista.
O assessor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Paulo Costa, acompanhou as discussões e revelou que está em desenvolvimento o seguro de índices paramétricos do Sistema de Informação Meteorológica (Sinmet) do instituto, um instrumento que vai ser negociado e ainda essa semana haverá o fechamento do primeiro seguro e na próxima semana deverá ser divulgado.
“A expectativa é dar entendimento dos benefícios e de que forma será possível contratar um seguro e como atuar para mitigar as consequências nefastas das grandes variações climáticas”, revelou Costa.
O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa disse que a novidade é bastante animadora para o setor produtivo e destacou o empenho da ministra Tereza Cristina em colaborar com a produtividade no campo com recursos modernos.
O evento contou com a participação do presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar PE), Renato Cunha e do presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar AL), Pedro Robério Nogueira, reunidos para análise das questões das perspectivas climáticas.