Internacional
Israel começa a aplicar dose de reforço em maiores de 12 anos
País amplia faixas que podem receber dose de reforço, após registrar aumento de casos. Única exigência é que habitantes tenham tomado a segunda dose há pelo menos cinco meses
Israel anunciou neste domingo (29/08) que reduziu para 12 anos a idade mínima para a aplicação de uma terceira dose da vacina anticovid, com o objetivo de combater o aumento de contágios provocado pela variante delta.
“Hoje, ampliamos a possibilidade de receber o reforço, ou seja, a terceira inoculação da vacina, a toda a população, desde que tenham passado cinco meses desde a segunda dose”, afirmou em uma entrevista coletiva o diretor-geral do Ministério da Saúde, Nachman Ash.
“A terceira vacina está disponível de maneira imediata para todas as pessoas com mais de 12 anos”, tuitou o ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, que destacou “a eficácia do reforço, de acordo com os estudos mais recentes”, e pediu a todos que tomem a vacina.
A medida, no entanto, vai contra a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que havia pedido que nações com imunização mais avançada aguardassem o início da aplicação do reforço, para não prejudicar as nações mais pobres que sofrem com escassez de vacinas.
Israel começou a aplicar a terceira dose no final de julho, inicialmente para pessoas imunodeprimidas e maiores de 60 anos, até ir ampliando progressivamente a idade para todos os cidadãos com mais de 12 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, Israel deve superar neste domingo a marca de 2 milhões de pessoas com a terceira dose.
O único requisito para a receber o reforço é um período mínimo de cinco meses desde a segunda dose da vacina, que em Israel foi aplicada em quase 5,5 milhões de pessoas desde que teve início a inoculação com o imunizante da Pfizer, em dezembro. Ainda assim, 1,1 milhão de israelenses não tomaram nenhuma dose.
“A terceira vacina ajuda a deter a epidemia, a partir de hoje está aberta a todos. Vão vacinar-se para podermos celebrar as festas juntos”, disse no Twitter o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, sobre as festividades do ano novo judeu, que começam na próxima semana.
A decisão de ampliar o plano da terceira dose ocorre no momento em que Israel vive uma quarta onda da pandemia, com mais de 7 mil novos casos registrados neste domingo, dos quais 726 são pacientes graves, o número mais elevado desde março.
O índice de diagnósticos positivos alcançou pela primeira vez nos últimos seis meses os 7%, depois de ter baixado quase até zero em junho, devido à rápida e bem sucedida campanha de imunização inicial.
Israel conta mais de 80 mil casos ativos neste momento, não longe do pico de 88 mil no pior da terceira onda de janeiro, apesar de a taxa de reprodução do vírus ter baixado ligeiramente, pelo que se espera que o surto comece a descer em breve, o que as autoridades atribuem à eficácia da terceira dose.
Está previsto que na quarta-feira comecem as aulas presenciais em Israel, quando há cerca de 34 mil casos positivos entre crianças em idade escolar e 90 mil estão isoladas por terem mantido contato com algum infectado.
Em 24 de agosto, Israel superou 1 milhão de casos desde o início da pandemia, com 6.950 mortes provocadas pela covid-19 no país.