Internacional
A vida no Haiti entre fome e funerais, três semanas após o terremoto
Responsável pelo Serviço Católico de Assistência testemunha: “uma das coisas que me mais impressionaram é o número de funerais”
Avida no Haiti continua decorrendo entre fome e funerais três semanas depois do terremoto que tornou ainda pior a já catastrófica situação do país mais pobre das Américas e um dos mais frágeis do planeta.
Em 14 de agosto, um sismo de magnitude 7,2 matou mais de 2.200 pessoas e deixou cerca de 12.200 feridos, superlotando as precárias estruturas de atendimento médico. Mais de 130 mil casas ficaram danificadas e cerca de 50 mil acabaram completamente destruídas. As estimativas do governo haitiano, que, diga-se de passagem, também está muito fragilizado institucionalmente. Fazia poucas semanas, antes do terremoto, que o presidente da República havia sido assassinado.
Grupos da Igreja Católica estão há décadas entre as instituições de ajuda humanitária mais ativas no país. Uma dessas entidades é o Serviço Católico de Assistência (CRS, pela sigla em inglês), mantido pelos bispos dos Estados Unidos.
A vida no Haiti entre fome e funerais
A responsável pelos programas do CRS no Haiti é Beth Carroll, que declarou ao Catholic News Service:
“Uma das coisas que me mais impressionaram é o número de funerais, porque isso traz uma sensação de dor avassaladora. As pessoas já estavam estressadas com a situação no Haiti e esse terremoto agravou mais ainda a condição de todos”.
A situação em questão é a longa e gravíssima crise política, social e econômica do Haiti, que parece interminável.
Desde o terremoto de agosto, o CRS tem priorizado entre as suas atividades a distribuição de kits de higiene e a disponibilização de abrigos provisórios, visando proporcionar aos haitianos uma forma de alojamento e evitar que eles precisem recorrer a tendas nas ruas.
Devido ao caos, o país enfrenta um agudo aumento na ação de gangues. Uma onda de sequestros é uma das pragas que infernizam a vida dos cidadãos.