Saúde
Embrapa cria curativo com composto bioativo do açafrão
Material com biotecnologia e nanotecnologia possibilita a liberação lenta do princípio ativo medicinal e poderá ser usado para tratar queimaduras, úlceras e outras afecções cutâneas.
Curativo de açafrão
Pesquisadores da Embrapa desenvolveram um curativo cutâneo multifuncional para tratamento de feridas utilizando nanotecnologia e biotecnologia.
O elemento central do curativo é a curcumina, uma substância com ação medicinal extraída do açafrão-da-terra.
Já a nanotecnologia permite a liberação controlada do princípio ativo, para que o curativo faça seu trabalho por mais tempo.
Embora apresente várias propriedades medicinais – atividade bactericida, antioxidante e anti-inflamatória – a curcumina é de difícil aplicação devido à sua baixa solubilidade e fácil degradação na presença de luz.
Para vencer essas barreiras, os pesquisadores criaram um nanomaterial baseado em membranas poliméricas de duas camadas, compostas por fibras eletrofiadas de poliácido láctico e de borracha natural.
O resultado abre caminho para ampliar o uso de curativos multifuncionais e com liberação lenta dos compostos bioativos, para o tratamento de queimaduras ou úlceras, por exemplo.
Efeito por 10 dias
Em ensaios de laboratório, o curativo evitou a penetração de bactérias por dez dias e demonstrou forte ação contra a Staphylococcus aureus, bactéria geralmente presente em feridas cutâneas e associada a infecções de pele.
O curativo pode ser disponibilizado como mantas de nanofibras, em diversos formatos, apropriado à aplicação em ferimentos cutâneos. Ao mesmo tempo em que protege as lesões de ações externas, como exposição à luz solar e contaminação, o curativo também diminui a infecção por bactérias.
Um pedido de patente já foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O próximo passo será firmar parcerias com indústrias interessadas em avançar no desenvolvimento do produto e realizar testes em escala para entrada no mercado.