Saúde
537 milhões de pessoas têm diabetes no mundo; especialista alerta para consequências de um diagnóstico tardio
A Federação Internacional de Diabetes (FID) aponta, em sua décima edição do Atlas do Diabetes que, no mundo, 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos têm a doença. Os números representam uma crescente de 16% em um intervalo de dois anos. Neste domingo (14), data que marca o Dia Mundial e Nacional do Diabetes, a endocrinologista do Sistema Hapvida Vanessa Rodrigues afirma que atualmente o Brasil ocupa o 4º lugar no mundo com maior índice de pacientes diabéticos, onde 6 a cada 10 indivíduos apresentam risco elevado para desenvolver a doença.
Para a especialista, esses índices estão relacionados à cultura do país. “A grande maioria dos indivíduos não realiza acompanhamento médico rotineiro. Me refiro a uma consulta médica anual para rastreio de comorbidades e ainda, de forma geral, vemos que não realizam os cuidados com a saúde como se faz necessário, sendo por meio de atividades físicas regulares ou por cuidados alimentares”, destaca.
Vanessa Rodrigues ressalta ainda que, na realidade, a busca por atendimento médico vem de forma tardia, principalmente no caso de indivíduos do sexo masculino. “Vale ressaltar que a saúde se trata através de medidas multidisciplinares e nossa população apresenta muita carência no interesse pelo auto cuidado. Ressalvo que o importante é não levar a vida como se cada dia fosse o “último” e sempre lembrar que a prevenção é o melhor remédio para uma boa saúde”, orienta.
De acordo com o Atlas do Diabetes, o número de adultos com a doença pode alcançar a marca de 643 milhões até 2030 e 784 milhões até o ano de 2045. A médica do Sistema Hapvida afirma que entre as causas e fatores que predispõem para doença é possível citar a obesidade, sedentarismo, hipertensão, fatores genéticos, alterações constantes dos níveis de colesterol e triglicérides, medicamentos como a cortisona, mulheres com diagnóstico prévio de diabetes gestacional, história de doença cardiovascular, síndrome do ovário policístico, idade acima de 40 anos e grandes estresse emocional.
No que diz respeito ao diagnóstico, Vanessa assegura que este se dá por exames laboratoriais como glicemia de jejum, ou após uma sobrecarga de glicose por via oral. Já o tratamento será multidisciplinar, através de dietas, exercício físico, antidiabéticos orais e/ou injetáveis.
Consequências – A endocrinologista do Sistema Hapvida reforça ainda que, infelizmente, a doença se apresenta de maneira silenciosa, por isso, a importância de cuidados com a saúde. Ela lista algumas complicações que podem acometer os pacientes que têm a doença, caso não haja o cuidado e o tratamento adequado, a exemplo de cegueira, doenças periodontal, doença cardiovascular – infarto do miocárdio e AVC – , doença renal, disfunção sexual, incontinência urinária, parestesias de membros, doenças arteriais periféricas – úlcera de difícil cicatrização e infecções.
Prevenção – A endocrinologista afirma o que deve ser levado em consideração para evitar a doença. “Para ter uma alimentação saudável é preciso sempre priorizar alimentos na forma natural, fazer consumo diário de vegetais e frutas, preferir alimentos grelhados e cozidos, com redução de açucares, óleo, alimentos industrializados, ou seja, descasque mais e desembrulhe menos”, sugere e acrescenta “Evitar o uso abusivo de álcool e o cigarro, ter uma boa noite de sono (de 6 a 8 horas), evitar o estresse, e realizar atividades físicas de, no mínimo 30 minutos, pelo menos três vezes na semana”, finaliza.
Mais Dados – No Brasil, o número de indivíduos com a doença atingia a marca de 16,8 milhões, até o ano de 2019. De acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro é a capital do Brasil que possui o maior índice de diagnósticos de diabetes, com um percentual de indivíduos com a doença em 11,2%, seguida por Maceió com 11% e Porto Alegre com 10%.