Saúde
Descoberto mecanismo rápido que o corpo usa para consertar os músculos
O número de microtúbulos em crescimento em direção ao núcleo diminuiu significativamente, enquanto aqueles que se moviam em direção à lesão não apresentaram nenhuma tendência particular.
Autorreparação dos músculos
Nossos músculos são muito bons em se regenerar, mas eles fazem isso por meio de um processo complexo que envolve várias etapas e que depende de células-tronco.
Agora, cientistas espanhóis e portugueses descobriram um novo mecanismo de reparo muscular após um dano fisiológico que se baseia no rearranjo dos núcleos das fibras musculares.
Como funciona independentemente das células-tronco musculares, esse mecanismo de proteção abre caminho para uma compreensão mais ampla do reparo muscular na fisiologia normal, nas lesões e em doenças que afetam os músculos.
Embora a regeneração muscular tenha sido investigada em profundidade nas últimas décadas, a maioria dos estudos centrou-se em mecanismos que envolvem várias células – incluindo as células-tronco musculares – que são necessárias quando ocorre um dano muscular extenso.
Mas nem todas as lesões são tão traumáticas.
Reparo de lesões leves
O que a equipe descobriu agora é um processo de autorreparação das fibras musculares que ocorre muito rapidamente após uma lesão muscular leve, induzida por exercícios pesados. Ou seja, mais do que uma regeneração pós-trauma, este novo mecanismo representa um meio de proteção eficiente em termos de tempo e de energia quando se trata de reparar lesões menores.
“Nossos experimentos com células musculares em laboratório mostraram que o movimento dos núcleos [celulares] para os locais da lesão resultou na entrega local de moléculas de mRNA. Essas moléculas de mRNA são traduzidas em proteínas no local da lesão para atuar como blocos de construção para o reparo muscular,” explicou o professor William Roman, na Universidade Pompeu Fabra (Espanha).
Esta descoberta constitui um avanço importante na compreensão da biologia muscular, da fisiologia (incluindo a fisiologia do exercício) e das disfunções musculares.
O número de microtúbulos em crescimento em direção ao núcleo diminuiu significativamente, enquanto aqueles que se moviam em direção à lesão não apresentaram nenhuma tendência particular.