Esporte
NBA: Bulls vivem temporada mágica e sonham em voltar à final após era Jordan
Eternizada por Michael Jordan entre o público do basquete, franquia viveu altos e baixos nas últimas duas décadas. Sob o comando de DeMar DeRozan e com elenco remontado, time lidera a Conferência Leste e anima torcedores
A última década da NBA teve boa parte de suas temporadas com atenções divididas entre as equipes em que LeBron James atuou (Miami Heat e Cleveland Cavaliers) e o Golden State Warriors de Stephen Curry e companhia. Mas uma franquia específica não sai do imaginário dos torcedores dos Estados Unidos e até do Brasil: o Chicago Bulls. Há mais de dez anos sem sequer chegar a uma final de conferência, a equipe se remontou e lidera a temporada no Leste, voltando a mexer com os ânimos de uma torcida adormecida.
O grande protagonista até aqui é o ala-armador DeMar DeRozan, de 32 anos. Trocado para os Bulls pelo San Antonio Spurs, onde atuou como estrela solitária de um time jovem e em transição, o experiente all-star encontrou um ambiente perfeito no projeto de Chicago para recuperar o melhor de seu basquete. Com médias de 26,2 pontos, 4,8 assistências e 5,2 rebotes por partida, o camisa 11 comanda uma equipe que tem como destaques o pivô Nikola Vucevic, os armadores Lonzo Ball e Alex Caruso e o ala-armador Zach LaVine — que por anos viveu o mesmo cenário de estrela solitária nos Bulls.
A espinha dorsal, montada entre a metade e o fim da temporada anterior, demorou a se ajustar, mas engrenou com um grande jogo coletivo e uma consistência que surpreendeu até o mais otimista dos fãs. Na madrugada desta quinta-feira, o time perdeu para o Brooklyn Nets (138 a 112), mas segue na ponta, embora perseguido de perto pelos nova iorquinos. São 27 vitórias em 39 jogos.
Os Bulls emplacaram uma sequência de nove vitórias, encerrada no último domingo, que rendeu ao técnico Billy Donovan o prêmio de melhor do mês e a DeRozan, que decidiu duas partidas seguidas no último lance contra Indiana Pacers e Washington Wizards, dois prêmios de melhor jogador da semana.
— Quando você toca piano por bastante tempo, vai ficar melhor nisso. Entenderá mais sobre as teclas, as notas. É como eu vejo meu jogo, como eu gosto de abordá-lo. É algo que aprendi com Kobe (Bryant) — explicou o camisa 11 em entrevista recente à ESPN.
Os seis títulos da NBA conquistados pelos Bulls vieram na “era Jordan”, de 1991 a 1993 e de 1996 a 1998 — ano da última conquista. A seca de 24 anos não foi aplacada nem mesmo com um título de conferência.
Fenômeno de vendas
Em 2011, em meio ao estouro do fenômeno Derrick Rose — que seria MVP daquela temporada —, a franquia foi à final do Leste, mas caiu frente ao Miami Heat de LeBron e Dwyane Wade, vice-campeão daquela edição da liga. No ano seguinte, Rose começou a sucumbir às seguidas e graves lesões que sofreu e a esperança da franquia em voltar a chegar longe se esvaiu.
Ainda assim, os Bulls atraem um público fiel, pela força da marca. Em julho de 2021, a franquia seguia como a quinta que mais vendia produtos licenciados no mercado internacional, atrás de Los Angeles Lakers, Brooklyn Nets, Phoenix Suns e Milwaukee Bucks. No mercado brasileiro, pulou de terceira mais vendida em 2018 para segunda em 2021, superada apenas pelos soberanos Lakers.
— Dá para dizer até pelas nossas transmissões. A resposta (dos fãs) a esse momento do Chicago é muito positiva. Todos esses torcedores que cresceram vendo o Michael Jordan e aquela geração, aquele grupo liderado pelo Rose, têm agora a possibilidade de sonhar com uma final de NBA, com um título, por que não? — afirma Marcelinho Machado, comentarista de NBA.