CONCURSO E EMPREGO
10 perguntas de entrevista de emprego (e o que o recrutador quer saber)
O currículo é importante, mas o jogo de cintura na entrevista de emprego também é fundamental. Uma recrutadora do Nubank explica o que as empresas querem saber com elas
Causar uma boa impressão, controlar o nervosismo, tentar conquistar a confiança do entrevistador…. A entrevista de emprego é o momento que você tem para mostrar as suas intenções e convencer a empresa de que é a pessoa certa para aquela vaga. Então como se preparar para as perguntas da entrevista de emprego?
Essa conversa é uma das principais etapas de um processo seletivo, e seu objetivo principal é entender se você é compatível ou não com os objetivos da empresa.
A Glassdoor, plataforma em que usuários leem e compartilham avaliações sobre como é trabalhar em cada empresa, compilou algumas das perguntas mais frequentes feitas pelos recrutadores em uma entrevista de emprego.
Embora cada RH e profissional de recrutamento tenha seus próprios direcionamentos, as perguntas costumam girar em torno da sua experiência profissional, formação acadêmica, conquistas e habilidades interpessoais. A seguir, a recrutadora do Nubank Julia Fantini explica como se preparar para responder essas questões.
1. Por que você quer trabalhar nesta empresa?
Esse é o momento de mostrar o quanto você conhece sobre a cultura e os valores da empresa, e de que maneira tudo isso se conecta com a sua carreira.
“É sempre muito importante que a pessoa tenha uma boa percepção de por que o estilo desse negócio funciona com ela. É fundamental que os candidatos estejam apropriados dessa escolha”, diz Julia.
Por isso, vale a pena pesquisar sobre a empresa e entender como ela se posiciona. Esse exercício faz com que o candidato se sinta mais seguro das suas decisões e dá autonomia para que ele também se sinta confortável para questionar a empresa durante o processo seletivo.
“Da mesma forma que a empresa está tentando entender se aquele candidato faz sentido, o outro lado da moeda também existe”, acrescenta Julia.
Vale lembrar que a entrevista costuma ser uma das últimas etapas de um processo seletivo, então neste momento os recrutadores já testaram suas habilidades técnicas e querem conhecer um pouco mais das suas características comportamentais.
2. Conte um pouco da sua experiência
Se você chegou até a entrevista, é porque o recrutador já selecionou o seu currículo em meio a outros candidatos. Aqui, o que o profissional de recrutamento quer entender é como foram suas experiências e quais foram suas principais vivências dentro dela.
Não é necessário pontuar cada projeto que você participou, mas destaque os maiores desafios que você enfrentou e o que você fez para driblá-los.
De acordo com Julia, a dica é fazer um exercício anterior, em casa, para rememorar seus principais desafios antes da entrevista. “Passe pelas suas experiências e marque as coisas que você gostaria de contar sobre elas”, explica ela.
“Tente elencar tópicos principais do que cada cargo trouxe para você, ou qual foi o principal desafio de cada um, para dar um contexto maior das skills que você desenvolveu, por que aquilo foi complexo, quais resultados você teve…”, diz a recrutadora do Nubank.
O exercício não é obrigatório, mas ajuda muito o candidato a ter desenvoltura quando for falar sobre o assunto. “Se você fizer um mapa mental das suas experiências, quando for contar, aquilo estará mais fresco”, complementa ela.
3. Quais são as suas principais qualidades?
A dica da recrutadora é pensar em potencialidades no lugar de qualidades. Destaque habilidades que você tenha e que sejam consideradas suas fortalezas. Sabe aquilo em que você é muito bom e que te ajudou em alguma situação no trabalho? Aposte nessa habilidade.
Vale também pontuar qualidades relacionadas à inteligência emocional. Nem sempre suas qualidades serão somente técnicas, e o mercado de trabalho valoriza cada vez mais os profissionais que demonstram ter competências relacionadas a lidar com outras pessoas e com suas próprias emoções, além de saber agir diante de conflitos.
Aliás, a habilidade comportamental (ou soft skill) mais valorizada entre os empregadores no Brasil é a inteligência emocional, de acordo com o levantamento Habilidades 360°, desenvolvido pelo PageGroup. Então se você sabe que esse é um dos seus pontos fortes, invista nele.
4. Quais são os seus principais defeitos?
Segundo Julia, aqui você deve pensar em pontos de desenvolvimento. Conhecer quais são seus principais desafios e conseguir expô-los para o recrutador demonstra maturidade profissional e autoconhecimento.
Todos nós temos dificuldades e habilidades que ainda podem ser aprimoradas. A intenção dessa pergunta é muito mais saber como você lida com elas.
“Uma coisa que eu sempre falo para os candidatos é: todo mundo tem alguma coisa para desenvolver. O que você está fazendo em cima das coisas que você sabe que são uma dificuldade pra você?”, orienta Julia.
Assim, além de simplesmente explicar o que é difícil, você também mostra que sabe que tem esse desafio, que já identificou ele e que está trabalhando em cima dessa questão. Dessa forma, você constrói um caminho de desenvolvimento
5. Quais são os seus objetivos na empresa?
“Para conseguir responder, a pessoa precisa ter de fato pensado para onde ela está indo na carreira, o que ela está buscando, e, pensando no que está buscando, quais empresas fazem sentido”, comenta Julia.
Portanto, vale a pena associar a sua trajetória profissional à trajetória da empresa. Se as duas estão indo para a mesma direção e se os desafios da empresa se encaixam no seu planejamento, então a companhia realmente faz sentido para você nesse momento da sua carreira.
“Mesmo que você esteja em início de carreira, quanto mais você se apropria de para onde você quer ir, mais você consegue conquistar as oportunidades, porque você passa confiança do que você quer fazer”, complementa Julia.
6. Qual é a sua formação?
Aqui não tem segredo. O que a pessoa quer saber ao perguntar isso são suas qualificações técnicas. Conte sobre como você escolheu o curso que estudou e por qual motivo decidiu se aprofundar naquela área.
Se você não fez uma faculdade, mas participou de outros tipos de cursos que tenham a ver com o que a posição exige, não deixe de falar sobre eles.
Mas lembre-se: mentir não é uma opção. Se você não for fluente no idioma, não diga que é. Cursos que não foram concluídos, por exemplo, não devem ser listados como se tivessem sido. Essa é uma questão ética muito importante, e pode te eliminar definitivamente caso o recrutador perceba que as informações são falsas.
7. Por qual motivo devo te contratar?
Este é o momento ideal para você “se vender”. Convença o recrutador de que você fará a diferença dentro da empresa.
Para Julia, o ideal é aproveitar a oportunidade para conectar um potencial seu com algum desafio da empresa, juntando as informações que você tem sobre a companhia e mostrando de que maneira você contribuiria para enfrentar esse desafio.
Aqui, assim como nas outras situações, vale trazer exemplos reais, como alguma realização que te dê orgulho do seu trabalho anterior.
8. Você gosta de trabalhar em equipe?
Ao perguntarem isso, os recrutadores querem entender um pouco mais sobre suas habilidades interpessoais. Diga como você se sente ao trabalhar em equipe e como você encara o trabalho colaborativo.
Trabalhar em equipe nem sempre é fácil, já que as pessoas precisam lidar com bagagens, posicionamentos e decisões diferentes das suas. Conte sobre seus aprendizados em grupo – vale trazer exemplos sobre como você agiu ao discordar de alguém, por exemplo, ou quando uma entrega no trabalho dependia de outra pessoa além de você.
“Muito mais do que dizer sim ou não, é importante ter mapeadas situações em que você trabalhou em equipe e que foram desafiadoras”, esclarece Julia.
9. Como você lida com pressão?
Conte sobre alguma situação difícil que você vivenciou em outro emprego e como você lidou com a pressão: qual era o desafio? Como você se sentiu? O que fez de positivo? O que teria feito de diferente? Seu objetivo foi alcançado?
“Com esse tipo de pergunta, os recrutadores querem entender como a pessoa reage a situações de pressão, como prazos curtos, mudanças de planejamento, crises ou outros desafios que o candidato provavelmente terá na empresa”, diz Julia.
10. Qual sua expectativa de carreira em cinco anos?
Nem todo mundo tem um planejamento de cinco anos, mas se o profissional de recrutamento está perguntando isso, é importante você dar uma perspectiva de próximos passos.
“Você tem que ter bem estabelecido o que você gosta na sua carreira e o que você não gosta. Quais são as suas potencialidades e quais são os caminhos que você não quer tomar?”, aponta Julia.
Aqui a empresa quer entender como você planeja seu desenvolvimento de carreira. Exponha o que você pretende aprimorar nos próximos anos e como pretende chegar lá.
Conte sobre a trilha que você deseja seguir, a estratégia que você definiu e os desafios que deseja enfrentar. Se for o caso, também vale dizer se você pretende se especializar em gestão de pessoas ou de processos, por exemplo.