Internacional
Rússia aprova uso da Sputnik V em pessoas com mais de 60 anos
Vacina contra a covid-19 vinha sendo distribuída apenas para pessoas entre 18 e 60 anos. País superou neste sábado marca de 3 milhões de casos da doença
O Ministério da Saúde da Rússia autorizou neste sábado (26/12) a vacinação contra covid-19 para maiores de 60 anos com a vacina Sputnik V.
“O Ministério da Saúde aprovou mudanças nas instruções de uso do medicamento. Assim, cidadãos com mais de 60 anos também podem ser vacinados contra o coronavírus”, disse Mikhail Murashko, ministro da Saúde.
Até agora, a vacina russa, que começou a ser aplicada no país no dia 15 deste mês, só estava sendo aplicada em pessoas com entre 18 e 60 anos.
Murashko ressaltou que as últimas análises confirmam que o uso da Sputnik V não representa nenhum risco para os idosos.
O Fundo Russo de Investimentos Diretos, responsável pela comercialização da vacina russa, destacou que os testes clínicos revelaram uma eficácia “superior a 90%” nos maiores de 60 anos.
Ontem, o diretor do Centro de Microbiologia e Epidemiologia Gamaleya, Alexandr Gintsburg, revelou que os especialistas não detectaram novos efeitos colaterais em idosos vacinados com a Sputnik V.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu durante sua entrevista coletiva anual que não poderia ser vacinado porque sua idade, 68, não o permitia.
“Sigo as recomendações dos nossos especialistas e é por isso que até agora não tomei a vacina, mas farei sem falta quando for possível”, disse o presidente, que completou 68 anos no dia 7 de outubro.
Isso despertou suspeitas em alguns países interessados em adquirir a vacina russa, como a Argentina, que aprovou o uso da Sputnik V no dia 23 de dezembro, tendo recebido no mesmo dia um carregamento com as primeiras doses.
Nas redes sociais, muitos russos reclamaram que Moscou fornece a vacina em massa a outros países antes de seus próprios cidadãos.
Em resposta, o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, anunciou na sexta-feira que o governo fornecerá cerca de 6,5 milhões de doses da Sputnik V aos seus centros médicos em janeiro e fevereiro de 2021
País tem 3 milhões de casos
A Rússia superou neste sábado a marca de três milhões de caso de coronavírus, em plena segunda onda de contágios, mas as autoridades ainda rejeitam um confinamento nacional.
De acordo com os números oficiais publicados pelas autoridades, a Rússia contabiliza 3.021.964 casos de covid-19 e 54.226 mortes. O país registrou 29.258 novas infecções e 567 mortes nas últimas 24 horas.
O número de novos contágios e mortes bateu recordes todas as semanas desde o início do inverno. Moscou e região são as áreas mais afetadas, assim como a segunda maior cidade do país, São Petersburgo.
Os números oficiais publicados pelas autoridades russas mostram uma taxa de mortalidade menor que na Europa Ocidental ou nos Estados Unidos, um resultado destacado pelo presidente Vladimir Putin.
Na semana passada, o chefe de Estado afirmou em sua entrevista coletiva anual que a Rússia teve uma gestão “melhor” da pandemia que o Ocidente.
As autoridades russas, no entanto, contabilizam apenas as mortes que têm como causa principal a covid-19, após a confirmação por necropsia.
No momento, o governo descarta um novo confinamento nacional com o objetivo de preservar a abalada economia e aposta em uma vacinação em larga escala da população graças ao fármaco desenvolvido no próprio país, a vacina Sputnik V.