Internacional
Trump assina pacote de US$ 2,3 trilhões para evitar “shutdown” nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou neste domingo (27.dez.2020) um pacote que libera US$ 2,3 trilhões para auxílios e gastos temporários durante a pandemia. O valor corresponde a quase R$ 12 trilhões.
O dinheiro será usado para pagar o seguro-desemprego a 14 milhões de norte-americanos e outros gastos regulares do governo. Com isso, o país evita entrar em “shutdown” –quando atividades e serviços do governo são suspensos parcialmente.
A medida foi assinada por Trump a menos de um mês de o republicano deixar a Presidência dos EUA. Ele sai da Casa Branca em 20 de janeiro, quando o democrata Joe Biden assumirá. Na noite deste domingo (27.dez), o republicano escreveu no Twitter “boas notícias sobre o pacote de estímulos da covid“, antes de anunciar a medida.
Trump até então se recusava a assinar o pacote e se opunha ao modo como as medidas foram formuladas. Ao não assiná-lo, o seguro-desemprego de 14 milhões de norte-americanos foi suspenso no sábado (26.dez.2020).
Congressistas republicanos e democratas chegaram a um acordo sobre o pacote em 20 de dezembro. Até a aprovação dos termos, Trump não se mostrava contrário às medidas. Mas na 4ª feira (23.dez.2020), disse que o pacote era uma “vergonha” porque paga pouco para os desempregados e beneficia outros setores, como projetos culturais. Queria aumentar o valor de estímulo para norte-americanos afetados de US$ 600 para US$ 2.000.
O último balanço de seguros-desempregos divulgado pelo país (23.dez.2020) mostra que, de 13 a 19 de dezembro, 803 mil pessoas solicitaram o benefício. O valor é inferior aos de março a setembro, mas ainda supera os números pré-pandemia. Eis a íntegra (313 KB).
Reprodução/governo dos Estados Unidos da América/DOL – 23.dez.2020
ENTENDA O PACOTE
Eis os principais pontos do pacote de estímulos:
Auxílio-emergencial
Pagamento de uma parcela única de US$ 600 para norte-americanos que ganham até US$ 75.000 por ano. Casais com renda anual conjunta inferior a US$ 150 mil podem receber US$ 1.200 e mais US$ 600 por cada filho. Custo da medida: US$ 166 bilhões.
Auxílio-desemprego
Programas de auxílio-desemprego aprovados para o período da pandemia serão estendidos até 14 de março de 2021 e os pagamentos serão aumentados em US$ 300 por semana pelo mesmo período. Custo da medida: US$ 120 bilhões.
Auxílio a pequenas empresas
Programa que concede empréstimos perdoáveis a pequenas empresas para que arquem com os custos de suas folhas de pagamento salarial será reativado e oferecido junto a outros benefícios. Custo da medida: US$ 325 bilhões.
Educação
O investimento será direcionado às escolas K-12 (instituições públicas que atendem da educação infantil ao último ano do ensino médio), que receberão US$ 54 bilhões. O ensino superior deve ter US$ 20 bilhões de investimento. Custo da medida: US$ 82 bilhões.
Transporte
O setor de aviação vai receber US$ 16 bilhões, enquanto os aeroportos, US$ 2 bilhões. A Amtrak, empresa estatal federal de transporte ferroviário, terá investimento de US$ 1 bilhão. A infraestrutura de trânsito terá US$ 14 bilhões em concessões. As rodovias, US$ 10 bilhões. Custo da medida: US$ 45 bilhões.
Moradia
O governo estenderá a moratória de despejo até 31 de janeiro. Isso significa que, até essa data, ninguém pode ser despejado por estar com o pagamento do aluguel atrasado. Custo da medida: US$ 25 bilhões.
Saúde
Os investimentos na área serão distribuídos da seguinte forma: testagem e mitigação da covid-19 (US$ 22 bilhões); aquisição da vacina (US$ 20 bilhões); distribuição da vacina (US$ 9 bilhões); assistência e seguro a profissionais de saúde (US$ 9 bilhões). Custo da medida: US$ 63 bilhões.
Outras áreas
- Nutrição e agricultura: US$ 26 bilhões.
- Cuidado infantil: US$ 10 bilhões.
- Redução de impostos: cortes de impostos no valor estimado de US$ 30 bilhões.
- Banda larga: US$ 7 bilhões em doações e investimentos.