Internacional
Ataque à ambulância do Médicos Sem Fronteiras mata paciente
Veículo transportava feridos de bombardeios ocorridos no último domingo (3). MSF pede que os grupos envolvidos no conflito respeitem a ação médico humanitária e civis
Nesta terça-feira (5), homens armados pararam uma ambulância da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) que transportava pacientes na região central de Mali, na África. Segundo a assessoria do MSF, os homens amarraram, agrediram e deixaram os pacientes expostos ao sol durante horas até, finalmente, libertá-los. A ação resultou na morte de um dos pacientes.
A ambulância, identificada pelo logo do MSF, estava a caminho do hospital geral em Sévaré, com três pacientes gravemente feridos no atentado do último domingo (3) na região de Douentza. Uma enfermeira do Ministério da Saúde, um zelador e um motorista também estavam no veículo. Um dos pacientes, um homem de aproximadamente 60 anos, não resistiu e morreu durante a ação.
A assessoria do MSF informou por nota que “condena veementemente essa grave obstrução à assistência médica e conclama todas as partes no conflito a respeitarem a ação humanitária e médica e a população civil”.
O chefe da missão do Médico Sem Fronteiras em Mali, Juan Carlos Cano, também pediu respeito e afirmou que os médicos devem poder transportar os pacientes em segurança.
– Estamos muito chocados e pedimos às partes no conflito que respeitem as ambulâncias, a equipe médica, os pacientes e seus cuidadores. Os veículos médicos devem ter permissão para transportar os pacientes com segurança – informou
Nesta quarta-feira (6), a ambulância do MSF conseguiu finalizar o transporte dos pacientes ao hospital em Sévaré. Os outros dois pacientes do veículo estão atualmente sob cuidados médicos na instalação.
No início desta semana, equipes de MSF trataram de vários pacientes gravemente feridos no centro de saúde de referência de Douentza, após o ataque a bomba nas aldeias Douentza e Sévaré. Os pacientes, a maioria homens idosos, tiveram ferimentos por explosões, estilhaços de metal e ferimentos a bala.
O Mali vive conflito entre as Forças Armadas Francesas e extremistas islâmicos que já perdura por anos. A França nega a autoria do bombardeio.