Internacional
China adverte: independência de Taiwan “significa guerra”. EUA contestam
O aviso surgiu alguns dias depois que os Estados Unidos terem reafirmado o seu compromisso com Taiwan
A China ameaçou nesta sexta-feira (29) Taiwan com o início de uma guerra, como resposta a eventuais tentativas de forças independentistas de tentar alcançar a independência. “A independência de Taiwan significa guerra”, avisou Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa chinês, em conferência de imprensa.
O governo chinês ordenou já que fossem intensificadas as suas atividades militares no estreito de Taiwan, no sudeste do território continental da China.
Após as declarações chinesas, a administração americana classificou o último aviso da China como “infeliz”, acrescentando que este tipo tensões não precisam levar a algo parecido com o confronto.
“A China olha para Taiwan como uma província separatista, enquanto Taiwan se intitula como um estado democrático e soberano, com a sua própria constituição, forças armadas e líderes eleitos”.
Alguns analistas consideram que Pequim está cada vez mais preocupada com o facto de o governo de Taiwan estar encaminhar-se para fazer uma declaração formal de independência e, como tal, pretende alertar o presidente Tsai Ing-wen sobre as medidas que está disposto a tomar.
O presidente Tsai, no entanto, já disse várias vezes que Taiwan já é um estado independente, tornando desnecessária qualquer declaração formal.
Wu Qian justificou entretanto que as recentes atividades militares são “ações necessárias para lidar com a atual situação de segurança no Estreito de Taiwan” e também “para salvaguardar a soberania e segurança nacional” da China.
“Trata-se de uma resposta solene às interferências externas e às provocações das forças da independência de Taiwan”, sublinhou, advertindo esses elementos independentistas que “aqueles que brincam com fogo vão queimar-se” e que “a independência de Taiwan significa guerra”.
Os EUA responderam pelo porta-voz do Pentágono, John Kirby, considerando esses comentários “lamentáveis”, acrescentando que o Pentágono “não vê razão para que as tensões sobre Taiwan levem a algo parecido com um confronto”.
Espera-se agora que o novo governo dos Estados Unidos mantenha a pressão sobre a China relativamente a um vasto leque de questões, incluindo direitos humanos, disputas comerciais, Hong Kong e Taiwan, quer na prática podem levar a uma deterioração das relações entre as duas potências.
Enquanto isso, o Conselho de Assuntos do Interior de Taiwan disse que a China “não deve subestimar” a determinação da ilha de defender sua soberania, nem como a sua liberdade e democracia.