Internacional
Nova alta de índices da covid-19 na Alemanha gera temor de terceira onda
Apesar de meses de lockdown, surgem sinais de que situação pode se agravar. Autoridade alerta para disseminação da mutação britânica. Dinamarca fecha fronteira após alastramento de nova variante em cidade alemã
Crescem os indícios de uma possível piora na pandemia de coronavírus na Alemanha, apesar do lockdown em que o país se encontra há meses. As estatísticas de novas infecções de covid-19 no período de sete dias voltaram a apresentar ligeira alta após semanas em queda.
As autoridades de saúde alemãs registraram 9.164 novas infecções nas últimas 24 horas – alta de 9,7% em comparação com os 8.354 do último sábado – e 490 mortes em decorrência da covid-19 – foram 551 há uma semana.
Os números divulgados na manhã deste sábado (20/02) pelo Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças.
Em toda a Alemanha, a incidência acumulada no período de sete dias é de 57,8 novos casos por 100 mil habitantes, em comparação a 56,8 registrados no dia anterior,. Há uma semana, esse número era 60,1.
No período de uma semana, as novas infecções totalizaram 48.042. O total de infecções por covid-19 registrado na Alemanha desde o começo da pandemia subiu para 2.378.883. O total de mortos é de 67.696.
O fator semanal de reprodução, o chamado número de reprodução R, voltou a ficar acima do valor crítico “1”, se situando na sexta-feira em 1,01. Isso quer dizer que 100 infectados transmitem o vírus, em média, para 101 pessoas. O fator pode ser considerado um indicativo de um novo aumento no ritmo de infecções. Na quarta-feira, o valor R ainda era de 0,85.
“Devido à presença de diferentes variantes do vírus, existe um risco elevado de um novo aumento de contágios”, adverte o RKI em seu informe diário, se referindo ao valor de reprodução.
Disseminação acelerada da mutação
O presidente do RKI, Lothar Wieler, afirmou nesta sexta-feira que está aumentando muito rapidamente na população da Alemanha a proporção da variante britânica do vírus (B 1.1.7) – que é 35% mais contagiosa, de acordo com estimativas conservadoras. “Possivelmente estamos diante de um novo ponto de mudança. A tendência de queda das últimas semanas parece que não está tendo continuidade”, alertou.
Em meados de dezembro, a Alemanha voltou a fechar escolas e a maior parte das lojas, reforçando as restrições que vigoravam desde o início de novembro (quando museus, restaurantes e academias de musculação foram fechados). O lockdown foi estendido neste mês até 7 de março, mas escolas e creches ganharam permissão para reabrir gradualmente. Os cabeleireiros podem voltar a trabalhar a partir de 1º de março.
Dinamarca fecha fronteira
Neste sábado a Dinamarca fechou diversas pequenas passagens fronteiriças devido à preocupação com a disseminação da mutação britânica do coronavírus em Flensburg. Na cidade alemã próxima à fronteira dinamarquesa, quase todos os novos casos registrados são relacionados à variante, segundo a prefeita Simone Lange.
Passagens importantes, como de Froslev, Krusa e Padborg permanecem abertas, mas devem ser controladas mais intensamente, segundo o governo dinamarquês.
Em Flensburg, passam a vigorar neste sábado novas restrições devido à nova variante, com toque de recolher noturno entre 21h e 5h e proibição de reuniões privadas.