Saúde
Exoesqueletos podem fazer mais mal do que bem aos trabalhadores
A boa notícia é que alguns exoesqueletos estão ganhando inteligência e visão artificial, diminuindo a sobrecarga para o cérebro.
A boa notícia é que alguns exoesqueletos estão ganhando inteligência e visão artificial, diminuindo a sobrecarga para o cérebro.
Os exoesqueletos – dispositivos de vestir usados por trabalhadores, idosos ou pacientes com problemas de coluna – podem não ser tão benignos quanto se acreditava.
Ocorre que usar esses aparelhos exige recursos valiosos no cérebro, drenando esforços mentais que as pessoas antes usavam para trabalhar, o que pode até mesmo anular os benefícios físicos de usar esses aparelhos robóticos.
Os exoesqueletos, que são presos ao tórax e às pernas da pessoa, têm sido projetados para ajudar a controlar a postura e o movimento durante esforços físicos, para proteger a parte inferior das costas e reduzir a possibilidade de lesões.
Mas Yibo Zhu e seus colegas da Universidade do Estado de Ohio (EUA) descobriram que, quando as pessoas usam exoesqueletos enquanto realizam tarefas que exigem concentração – ou que pensem sobre suas ações -, seus cérebros trabalham horas extras e seus corpos competem com os exoesqueletos, em vez de trabalhar em harmonia com eles.
O estudo indica que os exoesqueletos podem sobrecarregar o cérebro o suficiente para que os benefícios potenciais para o corpo sejam anulados.
“É quase como dançar com um parceiro ruim,” disse o professor William Marras. “O exoesqueleto está tentando antecipar seus movimentos, mas não se sai muito bem, então você luta com o exoesqueleto, e isso causa essa mudança em seu cérebro que altera o recrutamento muscular – e pode causar forças superiores na parte inferior das costas, potencialmente levando a dor e possíveis lesões.”
A boa notícia é que alguns exoesqueletos estão ganhando inteligência e visão artificial, diminuindo a sobrecarga para o cérebro.
Cérebro dividido
Os pesquisadores pediram a 12 pessoas – seis homens e seis mulheres – que levantassem repetidamente um peso medicinal em duas sessões de 30 minutos. Em uma das sessões, os participantes usaram um exoesqueleto; na outra, não.
Então, em sessões separadas, os mesmos participantes realizaram a mesma tarefa – levantar a bola por 30 minutos usando o exoesqueleto – mas com uma tarefa mental adicional: Eles precisavam subtrair 13 de um número aleatório entre 500 e 1.000 cada vez que levantavam a bola.
Os dados mostraram que, quando os participantes estavam simplesmente levantando e abaixando a bola, o exoesqueleto reduziu ligeiramente a carga na parte inferior das costas. Mas, quando os participantes tiveram que fazer contas de cabeça enquanto levantavam e abaixavam a bola, esses benefícios desapareceram.
“Quando observamos o que estava acontecendo no cérebro, havia mais competição por esses recursos no cérebro,” disse Marras. “A pessoa estava fazendo aquela matemática mental, mas o cérebro também estava tentando descobrir como ajudar o corpo a interagir com o exoesqueleto, e isso confundia a maneira como o cérebro recrutava os músculos para realizar a tarefa.”
Quando esses músculos competem entre si, o cérebro trabalha com menos eficiência e as forças nas costas aumentam.