Internacional
Príncipe William premia iniciativas para proteger o clima
Com o prêmio Earthshot, príncipe pretende apoiar até 2030 ideias para combater o aquecimento global. “As ações que adotarmos nos próximos dez anos vão determinar o destino do planeta pelos próximos mil”, diz
O príncipe britânico William conduziu em Londres, a cerimônia de entrega da primeira edição do prêmio Earthshot, criado por ele para reconhecer e apoiar iniciativas que ajudem a salvar o planeta das mudanças climáticas e do consequente aquecimento global.
O evento televisionado, que contou com a presença do renomado naturalista britânico David Attenborough e apresentações musicais do grupo Coldplay e do cantor Ed Sheeran, foi marcado por alertas contra a inação contra o aquecimento do planeta.
Outras celebridades e ativistas também compareceram ao evento. Os atores Emma Thompson, Emma Watson e David Oyelowo se juntarem à esposa de William, Kate, a duquesa de Cambridge, na entrega dos prêmios.
Num vídeo gravado para a cerimônia, William afirma que “as ações que escolhermos ou não adotar nos próximos dez anos vão determinar o destino do planeta pelos próximos mil”.
“Uma década não parece muito, mas a humanidade tem um excelente histórico de conseguir resolver o irresolvível”, disse o neto da rainha Elizabeth 2ª, o segundo na linha de sucessão ao trono britânico. “Cabe a nós determinar o futuro. E se colocamos isso na cabeça, nada é impossível.”
O príncipe apontou ainda que muitas das respostas já estão disponíveis, mas é preciso unir toda a sociedades para recuperar o planeta.
“Houve muitas ideias incríveis nas últimas décadas, mas é a implementação é o que realmente conta, então é disso que [o prêmio] se trata”, afirmou Emma Thompson na cerimônia.
Os premiados
A República da Costa Rica foi uma das vencedoras do prêmio Earthshot, na categoria “Proteger e recuperar a natureza”, por seus esforços para proteger florestas, plantar árvores e recuperar ecossistemas. O governo vem pagando cidadãos que ajudam na causa, revertendo décadas de desmatamento e promovendo o ecoturismo.
“O que alcançamos neste pequeno país da América Central pode ser feito em qualquer lugar”, disse o presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, ao receber o prêmio.
A empresa indiana Takachar venceu na categoria “Limpar o nosso ar” pela criação de uma máquina portátil que transforma resíduos agrícolas em fertilizante, de modo que agricultores não tenham que queimá-los e, assim, não poluam o ar.
Também foi reconhecido o trabalho da Coral Vita, uma fazenda de corais nas Bahamas, por um projeto para fazer corais crescerem em tanques a um ritmo 50 vezes mais rápido do que normalmente ocorre na natureza. O objetivo é restaurar recifes de corais que estão morrendo.
A cidade de Milão, no norte da Itália, também foi premiada, na categoria “Hubs de resíduos alimentares”, por coletar alimentos não utilizados em restaurantes e supermercados e entregá-los a pessoas necessitadas. A primeira grande cidade a realizar um programa do tipo recupera cerca de 130 toneladas de comida por ano, ou cerca de 260 mil refeições.
O prêmio “Consertar nosso clima” foi para uma equipe de profissionais da Alemanha, Itália e Tailândia por desenvolver a tecnologia AEM Electrolyzer, que usa energia renovável para produzir hidrogênio limpo.
Cada um dos cinco vencedores recebeu um milhão de libras (cerca de R$ 7,5 milhões) para apoiar seu trabalho. Os demais finalistas, escolhidos por especialistas entre mais de 750 nomeados, receberão ajuda de empresas para desenvolver seus projetos.
William e sua instituição de caridade, a The Royal Foundation of The Duke and Duchess of Cambridge (Fundação Real do Duque e da Duquesa de Cambridge) lançaram o prêmio Earthshot no ano passado, considerado o mais prestigiado do tipo. A meta é premiar cinco vencedores por ano até 2030. O príncipe anunciou que em 2022 a premiação será realizada nos Estados Unidos.
COP26 e críticas da família real
A cerimônia deste domingo ocorreu a duas semanas do início da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, a ser realizada em Glasgow, na Escócia.
Na última semana a rainha Elizabeth 2ª foi flagrada aparentemente criticando a falta de ações contra as mudanças climáticas e líderes que “falam, mas não fazem” e reclamando de líderes que não comparecerão à COP26.
Numa entrevista transmitida pela BBC no início da semana passada, o filho e herdeiro da rainha, o príncipe Charles, conhecido por se engajar em questões ambientais, havia dito temer que líderes mundiais “apenas falem”, em vez de agir.
E em outra entrevista, divulgada pela BBC na quinta-feira, William também saiu em defesa do clima, criticando o turismo espacial e afirmando que salvar a Terra diante da ameaça do aquecimento global é mais importante do que viajar ao espaço.