Internacional
China reage com indignação a alerta da Otan
Aliança advertiu contra proximidade entre Pequim e Moscou e criticou ambições chinesas. Ministério do Exterior chinês condena “mentalidade da Guerra Fria e inclinação ideológica”, e acusa Ocidente de sabotar paz mundial.
A China reagiu com indignação nesta quinta-feira (30/01) a um alerta dado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre as ambições do governo liderado pelo presidente Xi Jinping.
O novo conceito estratégico da Otan, divulgado na reunião de cúpula da entidade em Madrid, afirma, pela primeira vez, que as ambições e as políticas coercitivas da China representam desafios a seus interesses, valores e segurança.
A aliança advertiu ainda que a aproximação da China com a Rússia contraria os interesses ocidentais.
Na reunião, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusou a China de “reforçar substancialmente suas forças militares, incluindo seu arsenal nuclear, provocando seus vizinhos e ameaçando Taiwan”.
“A China não é nossa adversária. Mas, temos de enxergar com clareza os graves desafios que ela representa”, destacou. Esta foi a primeira atualização do concento estratégico da aliança desde 2010.
Os Estados Unidos vinham insistindo junto aos demais países da aliança para que prestassem atenção maior à China, apesar da resistência de alguns em desviar o foco das questões envolvendo a Europa.
Pequim se recusou a condenar a invasão russa da Ucrânia. Soma-se a isso o fato de que chineses e russos vêm aprofundando suas relações nas esferas comerciais e militares. Neste mês, Xi Jinping disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que Moscou pode contar com seu apoio no que diz respeito à sua soberania e segurança.
Líderes ocidentais acusam o governo chinês de “acobertamento diplomático”, ao criticar as sanções ocidentais contra Moscou e o envio de armas à Kiev. A Otan também denunciou a China por lançar operações cibernéticas contra as nações aliadas e por sua “retórica de confrontação”.
Um claro sinal do aumento das preocupações com a China foi a presença, pela primeira vez, do Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia na cúpula da Otan.