Internacional
Em Bissau, enviado da ONU pede instituições credíveis e responsabilidade social
Representante especial reuniu-se com altos representantes do governo e partidos para reafirmar apoio da organização para implementação de metas; Leonardo Simão destacou momento de desafios de segurança na África Ocidental e no Sahel
O Escritório Regional das Nações Unidas está preocupado com os desafios de segurança na África Ocidental e no Sahel. O quadro de insegurança é marcado por terrorismo, criminalidade transnacional e onda golpes de Estado.
O representante especial do secretário-geral da ONU na África Ocidental, Leonardo Simão, visita a capital guineense até esta quarta-feira. Ele teve contacto com as autoridades surgidas depois das eleições.
Coexistência
Para Leonardo Simão, os atores políticos devem continuar a atuar em favor da estabilidade por forma a atrair investimento e resolver desafios sociais e econômicos.
“Vai ser aprovado o programa de governo e seu respetivo orçamento e as Nações Unidas comprometem-se a ser parte ativa na implementação deste programa que vai ser aprovado, porque é da implementação deste programa que vai resultar melhor nível de vida das populações e esta melhoria credibiliza as instituições”.
O enviado expressou satisfação da ONU com a forma como o país caminha rumo à normalidade constitucional e “a prática democrática de coexistência entre instituições de forças políticas diferentes”.
Ele destacou a união em torno do objetivo de tornar a Guiné-Bissau um país próspero e orientado ao futuro.
Simão diz acompanhar com satisfação os passos de normalização institucional e democrática após a eleição de novos deputados e criação de um novo governo para a atração de investimento doméstico, externo, criação de riqueza e emprego sobretudo para a camada juvenil.
Melhoria de Condições
Para o também diretor do Escritório Regional da ONU, as populações têm que sentir que foram para as eleições, escolheram dirigentes e estes estão cumprem sua responsabilidade social.
Leonardo Simão apontou o terrorismo e o crime organizado como fontes de violência na África Ocidental e no Sahel. Ele destacou que as mudanças inconstitucionais de governo podem estar ligadas, em alguns casos, aos problemas dos desafios que os países enfrentam.
Enviado da ONU expressou satisfação com a forma como a Guiné-Bissau caminha rumo à normalidade constitucional
Simão disse que a ONU privilegia soluções negociadas aos problemas e um programa de melhoria da governação dos países para que as autoridades possam enfrentar e ajudar a ultrapassar os desafios que se lhes colocam de forma eficaz.
“Cada país tem suas especificidades, mas é condenável toda e qualquer mudança de governo sem seguir as normas constitucionais. A nossa linha é continuar a via do diálogo, negociação até encontrar soluções que tragam os países de volta para a sua legalidade constitucional”.
O chefe do Escritório destaca a paz como principal desafio da ONU na região da África Ocidental e Sahel. Ele diz haver nações que não conhecem esta condição associada à estabilidade. O receio é que a instabilidade num país possa afetar as nações vizinhas constituir terreno fértil ao terrorismo e extremismo violento.
Para Simão, o terrorismo estaria associado a graves problemas de populações deslocadas, crianças sem acesso à educação, economias destruídas e regressão do nível de vida das pessoas.