Internacional
China multa padre que não se registrou em associação controlada pelo Partido Comunista
O governo chinês pretende submeter a Igreja Católica no país ao seu completo domínio
Ope. Yang Xiaoming tem 32 anos de vida e completará 3 de sacerdócio no próximo 18 de dezembro. Ele foi ordenado pelo bispo dom Pietro Shao Zhuming, da diocese de Wenzhou, que, na época, em 2020, era considerado clandestino pelo regime ditatorial comunista de Pequim. Dom Pietro, de fato, chegou a ser preso várias vezes por não aceitar registrar-se na assim chamada Associação Patriótica Católica Chinesa, uma entidade criada pelo Partido Comunista para controlar os católicos na China e que, portanto, não tem nenhuma relação com a Santa Sé.
Segundo o portal Asia News, o pe. Yang, que adotou o nome cristão de José, também recusou o registro na associação falsamente católica. Em 11 de maio de 2021, o departamento do regime comunista encarregado de “assuntos religiosos” abriu um processo contra o sacerdote, acusado de “praticar atividades religiosas mediante engano, passando-se por clérigo religioso”: a própria acusação, em resumo, enfatiza que, para o Estado chinês, somente os que estiverem registrados na sua própria associação “católica” é que são reconhecidos como clérigos. O pe. José foi multado em cerca de 4.000 dólares e recorreu judicialmente.
Ele argumenta que a multa viola o Código de Direito Canônico da Igreja Católica porque declara como inválida uma ordenação que é de fato válida. Ocorre que quem define a validade de uma ordenação sacerdotal católica é a própria Igreja e não um governo nacional. O sacerdote é corajoso em sua argumentação:
“De acordo com o moderno princípio internacional de separação entre Igreja e Estado, o governo não deveria intervir nos assuntos internos das religiões”.
A Asia News reporta comentários de fontes chinesas cuja identidade é preservada para evitar represálias:
“É intrigante que o pe. Yang seja condenado por um tribunal sob a alegação de não ser um sacerdote credenciado pela Associação Patriótica, mas apenas pela diocese católica de Wenzhou. Trata-se de uma verdadeira perseguição política e de uma clara violação da liberdade religiosa e das convenções internacionais. Pedimos àqueles que se preocupam com a promoção dos direitos humanos e da liberdade religiosa que rezem pela Igreja na China em seu sofrimento e peçam a nosso Senhor que cuide de nós e nos ajude”.