Internacional
Ataque a bomba mata mais de 50 pessoas no Paquistão
A explosão ocorreu na conturbada província do sudoeste do país, perto de uma mesquita onde a população se preparava para uma procissão comemorativa do aniversário de Maomé
Pelo menos 52 pessoas morreram e mais de 50 feridas em um ataque suicida em um evento para comemorar o aniversário do profeta Maomé em Mastung, distrito da conturbada província paquistanesa do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela explosão, que ocorre em meio a uma alta de ataques reivindicados por grupos militantes no oeste do país, aumentando os riscos para as forças de segurança antes das eleições nacionais marcadas para janeiro próximo.
“O homem-bomba detonou-se perto do veículo do vice-superintendente de polícia”, disse à agência de notícias Reuters o vice-inspetor-geral da polícia Munir Ahmed, acrescentando que a explosão ocorreu perto de uma mesquita onde as pessoas se reuniam para uma procissão para comemorar o aniversário de Maomé, que é um feriado público.
Segundo atentado em um mês
Esta é a segunda explosão ocorrida em Mastung neste mês. Em 14 de setembro, 11 pessoas, incluindo o líder do partido religioso Jamiat Ulema-e-Islam (JUI), Hafiz Hamdullah, sofreram ferimentos devido a uma explosão perto do veículo em que viajavam na autoestrada Quetta-Karachi.
Este mesmo grupo político sofreu um atentado suicida no final de julho passado durante um comício político, que deixou pelo menos 63 mortos e 120 feridos, e que foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico de Khorasan, braço local do grupo terrorista.
O Baluchistão, que faz fronteira com o Afeganistão e o Irã, é a maior e menos populosa província do Paquistão. Grupos étnicos separatistas, incluindo o Exército de Libertação do Baluchistão, há muito que travam uma guerra de insurgência contra o governo paquistanês.
Os talibãs paquistaneses também têm uma forte presença na província.
Mais ataques desde a ascensão talibã no Afeganistão
O país sofreu um número crescente de ataques neste ano, especialmente por parte dos militantes islâmicos, após o colapso de um acordo de cessar-fogo entre os talibãs paquistaneses e o governo nacional no ano passado.
O Paquistão registrou um aumento da violência armada desde que os talibãs chegaram ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021, ou que reacendeu os ataques de seus irmãos ideológicos paquistaneses, especialmente nas províncias fronteiriças afegãs de Khyber Pakhtunkhwa e Baluchistão.
O país testemunhou 271 ataques de militantes durante o primeiro semestre do ano, nos quais 389 pessoas foram mortas e outras 656 feridas, de acordo com um relatório publicado no início de julho pelo Instituto Paquistanês de Estudos de Conflitos e Segurança.
Um aumento significativo dos números em comparação com o mesmo período de 2022, quando o Paquistão sofreu 151 ataques que causaram 293 mortos e 487 feridos.