Internacional
Nova injeção de fundos de emergência é das mais baixas já registradas
Crises na África, nas Américas e no Oriente Médio recebem US$ 100 milhões; mecanismo para situações subfinanciadas recebe menor valor em cinco anos; total necessário para apoiar afeados por conflitos atingiu recorde de US$ 56,7 bilhões em 2023
As Nações Unidas atribuíram US$ 100 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf, para apoiar crises humanitárias subfinanciadas em sete países. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
Em 2024, a primeira das duas vezes em que os fundos anuais são anunciados beneficia nações na África, nas Américas e no Oriente Médio.
Sudão, RD Congo e Síria
Ao Sudão, à República Democrática do Congo e à Síria foram confirmados US$ 20 milhões a cada um. O propósito é ajudar os afetados por confrontos em curso.
O Chade recebeu US$ 15 milhões para ações de apoio a refugiados e outros necessitados. Seguem-se o Níger com US$ 10 milhões, o Líbano com US$ 9 milhões e as Honduras com US$ 6 milhões.
O Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, revelou que o valor é um dos mais baixos doados a crises menos financiadas do mundo nos últimos anos, refletindo “a redução do financiamento recebido pelo Cerf em 2023, o mais baixo desde 2018”.
Outra razão para a redução do fundo é “a terrível realidade de que o financiamento dos doadores não consegue acompanhar o ritmo das crescentes necessidades humanitárias.”
Nova injeção de fundos de emergência
A ONU destaca que somente em 2023 o total para apoiar 250 milhões de pessoas afetadas por conflitos, catástrofes naturais, doenças e outras crises aumentou para US$ 56,7 bilhões, um valor recorde.
O Escritório revelou que menos de 40% dos pedidos de financiamento foram recebidos no período e lembrou que as pessoas mais vulneráveis suportam o fardo dessas crises.
Com a nova injeção de fundos de emergência, a expectativa é impulsionar o apoio humanitário essencial às pessoas que enfrentam as piores crises globais.
Martin Griffith lamenta o nível baixo da doação, nos últimos anos, destacando que “o próprio impacto do Cerf no salvamento de vidas enfrenta um sério desafio”. Segundo ele, o mecanismo é agora mais importante do que nunca e os Estados-membros devem fornecer financiamento total e oportuno.
Os fundos atribuídos também devem ser aplicados no reforço das parcerias com organizações locais e na melhora da responsabilização durante a cobertura de deslocamentos causados pelos conflitos em grande escala.