Internacional
Partido Comunista Chinês-PCCh prende mais de 1.000 tibetanos
O Departamento de Estado Americano condenou as prisões em massa de tibetanos na China. As detenções ocorreram no dia 23/02 após protestos contra a construção de barragem hidroelétrica
Conforme divulgado pela Rede Internacional do Tibete, mais de 1.000 tibetanos, incluindo monges, mulheres e idosos foram detidos em 23 de fevereiro em Derge, cidade do condado de Dege, na Província Autônoma Tibetana de Kardze, localizada no sudoeste da China. As prisões ocorreram em meio às manifestações contra o projeto que prevê o deslocamento forçado de residentes de duas aldeias, submersão de vilas e de seis mosteiros.
“A situação dos detidos permanece desconhecida”, destacou a organização de defesa dos direitos humanos, que apontou a dispersão dos detidos em diferentes locais do condado de Dege.
“Profundamente preocupado com os relatos de detenções em massa de tibetanos pela RPC [República Popular da China] que protestavam contra a construção de uma barragem que ameaça a deslocação de aldeias e a destruição de mosteiros”, declarou Uzra Zeya, subsecretário de Estado dos EUA para a segurança civil e direitos humanos, em uma postagem datada de 25 de fevereiro.
Zeya ressaltou a importância do respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Além disso, expressou apoio à preservação da identidade cultural, religiosa e linguística única dos tibetanos.
Os protestos tiveram início em 14 de fevereiro, quando cerca de 300 tibetanos se manifestaram no Dege County Hall. Desde então, mais de 100 monges tibetanos e residentes foram presos a partir do dia 22/02, conforme relatou a Rede Internacional do Tibete.
Segundo a rádio Free Asia, a polícia chinesa teria usado canhões de água, spray de pimenta e aparelhos de choque para conter os manifestantes. Algumas pessoas detidas foram levadas para um hospital local para passar por acompanhamentos e receber tratamento médico.
Logo após as prisões, no dia 24/02, Tenzin Yangzom, membro da Associação Tibetana de Boston e colaborador da Rede Internacional do Tibete afirmou: “É ultrajante o que está acontecendo no Tibete agora… colonizadores roubando tudo o que temos e ainda assim os tibetanos continuam a resistir aos milhares”.
O ativista de direitos humanos Benedict Rogers, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Partido Conservador do Reino Unido, classificou a repressão promovida pelo PCCh aos tibetanos como “terrível e ultrajante”.