Internacional
2023 foi o ano com mais mortes em rotas migratórias em todo o mundo
Travessia do Mar Mediterrâneo é causa da maior perda de vida de migrantes; atualização da OIM revela que mais da metade do total de mortes no período resultou de afogamentos
A Organização Internacional para Migrações, OIM, anunciou que 8.565 pessoas morreram em rotas migratórias globais em 2023, considerado o ano mais mortal já registado pela agência.
O Projeto Migrantes Desaparecidos destaca que o valor corresponde a um aumento de 20% em comparação com 2022. De acordo com a OIM, a quantidade ressalta a necessidade urgente de medidas para evitar que mais vidas sejam perdidas.
A Marinha italiana resgata migrantes no Mar Mediterrâneo
Rotas irregulares em condições inseguras
A atualização publicada nesta quarta-feira revela que a persistente limitação das vias de migração seguras e regulares faz com que centenas de milhares de pessoas tentem migrar todos os anos através de rotas irregulares em condições inseguras.
A travessia do Mar Mediterrâneo continua sendo a rota migratória mais mortal, com pelo menos 3.129 casos fatais e desaparecimentos registados no ano passado.
A vice-diretora-geral da OIM, Ugochi Daniels, disse que a marca de uma década do Projeto Migrantes Desaparecidos lembra as vidas perdidas em uma “terrível tragédia humana que se repercutirá em famílias e comunidades nos próximos anos.”
Para a vice-chefe da agência, os novos dados indicam que é preciso renovar o compromisso com ações para garantir uma migração segura para todos, “para que daqui a 10 anos as pessoas não tenham que arriscar as suas vidas em busca de uma situação melhor.”
Os migrantes desembarcam vindos do rio Chucunaque depois de cruzar a selva de Darién
Afogamentos, acidentes de viação e violência
A atualização da OIM sublinha que pouco mais da metade do total de mortes de migrantes em 2023 resultou de afogamentos, sendo 9% causados por acidentes de viação e 7% por violência.
Desde a criação do Projeto Migrantes Desaparecidos da OIM, em 2014, foram documentadas mais de 63 mil mortes em todo o mundo.
A OIM estima que o número real seja muito mais alto e aponta desafios na coleta de dados, especialmente em locais remotos.