Internacional
CIJ ouve caso da Nicarágua contra a Alemanha pela suspensão da venda de armas a Israel
Embaixador nicaraguense na Holanda acusa autoridades de Berlim de incumprimento da “própria obrigação de prevenir o genocídio ou de garantir o respeito pelo direito humanitário internacional”
Nesta segunda-feira, o Tribunal Internacional de Justiça, CIJ, iniciou a audiência sobre um processo instaurado pela Nicarágua para ser suspensa a ajuda militar da Alemanha a Israel.
Em Haia, o diplomata e advogado da Nicarágua, Carlos José Arguello Gómez alegou que a Alemanha “não estava cumprindo a sua própria obrigação de prevenir o genocídio ou de garantir o respeito pelo direito humanitário internacional”. Ele é o embaixador da Nicarágua na Holanda.
Sessão do Conselho de Segurança
A campanha militar de Israel em Gaza começou na sequência dos ataques mortais de 7 de outubro, quando membros do Hamas invadiram o sul israelense matando cerca de 1,2 mil pessoas. Estima-se que mais de 33 mil palestinos foram mortos em Gaza após as operações de resposta israelense.
Ainda nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança realiza uma sessão que considera um pedido de adesão às Nações Unidas submetido pelo Estado da Palestina.
No Cairo, Egito, espera-se a continuação de negociações para um cessar-fogo em Gaza após a chegada de delegações de Israel e do Hamas para retomar o processo no domingo.
Um grupo de crianças reúne-se em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Retorno a Khan Younis
Na região, funcionários humanitários da ONU expressam profunda preocupação com relatos de uma invasão israelense a Rafah e a falta de ajuda à Faixa de Gaza.
Mais a norte da província, residentes de Khan Younis estão retornando à cidade mesmo sob alertas de equipes de ajuda sobre a falta de suprimentos estocados.
O coordenador residente interino e humanitário da ONU no Território Palestino Ocupado, Jamie McGoldrick, disse estar em curso o planejamento para uma eventual incursão israelense a Rafah, “que poderá deslocar até 800 mil pessoas”.
Em declarações à ONU News, ele disse que decorrem esforços para pré-posicionar material suficiente, itens não alimentares, abrigo, material e água, destacando não haver “capacidade, os recursos e a habilidade neste momento”.
O representante ressaltou ainda que é preciso entrar 500 caminhões por dia em Gaza, onde especialistas em insegurança alimentar alertaram que a fome pode acontecer “a qualquer momento”.
Nível de assistência humanitária
Para aumentar o nível de assistência humanitária entrando na área, a ONU apoiou os apelos à reabertura do porto israelense de Ashdod, a norte de Gaza, e à entrada de mais ajuda através da Jordânia.
A Organização Mundial da Saúde anunciou que após a visita de uma equipe ao hospital Al-Shifa, em Gaza, na sequência de uma ofensiva israelense, o local estava completamente esvaziado e apenas com alguns vestígios.
A agência destacou que “a maioria do equipamento está inutilizável ou reduzido a cinzas”, incluindo o serviço de urgência, a enfermaria cirúrgica e a maternidade do hospital.