AGRICULTURA & PECUÁRIA
‘Sisteminha da Embrapa’: contra a fome, alimentos feitos pelas comunidades
Tecnologia social foi desenvolvida na Embrapa e adaptada para o Instituto Federal do Maranhão (IFMA), autarquia vinculada ao MEC
O “ Sisteminha ” é a mais nova tecnologia social em experimentação no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) , e concebida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ( Embrapa ) Cocais. A tecnologia social é um módulo de produção alimentar integrado que tem geração autônoma de energia por meio de usina fotovoltaica. O resultado é uma comunidade capaz de produzir seu próprio alimento.
A insegurança alimentar grave, presente na maioria do Nordeste, pode ser combatida com o uso dessa ferramenta em famílias da zona rural e por meio da disseminação do conhecimento para produtores das comunidades. A ênfase da Embrapa tem sido na produção de peixes, ovos, leite e vegetais como a macaxeira, milho, abóbora, batata-doce, inhame, feijão, melancia e olerícolas, alimentos que contribuem para a segurança alimentar e nutricional.
Atualmente, há módulos demonstrativos do “Sisteminha Embrapa” já instalados nos campi do IFMA em Grajaú, Codó, Caxias, São Raimundo das Mangabeiras e Alcântara, com previsão de abranger ainda comunidades quilombolas do município de Mirinzal , no litoral ocidental do estado. O “Sisteminha” atua de forma sinérgica, produzindo alimentos de forma sustentável, contribuindo para a melhoria do solo, qualidade da água e biodiversidade.
A experiência foi divulgada em Brasília no final de março, na Oficina Nacional de Estruturação da Rede Sisteminha Comunidades do Brasil, parceria entre MDA e Embrapa. O objetivo é que o sistema produtivo se ja reproduzido em, pelo menos, mil propriedades familiares em todas as regiões do Brasil, num prazo de três anos, com apoio do MDA, da Embrapa, dos institutos federais de educação profissional e de outras instituições que pretendem multiplicá-lo em escala nacional. O orçamento para essa ação gira em torno de R$ 13 milhões.
Em abril, o caso de sucesso do IFMA também foi apresentado ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) . Na oportunidade, f oi criada uma c omissão com representantes das comunidades quilombolas de Alcântara e a cartografia social para auxiliar na implantação do projeto na fase atual e nas futuras.
Institutos federais – Autarquias vinculadas ao MEC, os institutos federais atuam na produção de conhecimento científico e estão inseridos em agendas que fomentam os arranjos produtivos locais. Além disso, são instituições que promovem ações com foco na sustentabilidade e nas questões ambientais.