Internacional
Inundações deixam 540 vítimas no nordeste do Afeganistão
Chuvas destruíram 3 mil casas, 10 mil acres de plantações e deixaram 2 mil animais de criação mortos; comunidades enfrentam crise alimentar em meio à redução de assistência e financiamento limitado; OMS envia ajuda médica
As inundações repentinas que atingiram o nordeste do Afeganistão nos dias 10 e 11 de maio deixaram um rastro de destruição, afetando 18 distritos em três províncias: Baghlan, Badakhshan e Takhar.
As informações do Programa Mundial de Alimentos, PMA, indicam que cerca de 540 pessoas foram mortas ou feridas e aproximadamente 3 mil casas foram destruídas. Além disso, 10 mil acres de plantações foram arrasados e 2 mil animais de criação foram mortos.
Pontos críticos de fome
O chefe interino do PMA no Afeganistão, Timothy Anderson, destacou que muitos sobreviventes não têm para onde voltar e estão preocupados com suas terras agrícolas danificadas, sua única fonte de sustento.
Essas comunidades já estavam enfrentando dificuldades, sendo que dois dos distritos afetados estavam em “pontos críticos de fome”. As inundações ocorreram após um inverno especialmente seco, exacerbando a situação dessas comunidades.
Durante coletiva de imprensa, Anderson reiterou o compromisso do PMA em fornecer assistência igualitária a todos. No entanto, ele expressou preocupação com a redução da assistência alimentar e seu potencial impacto negativo na nutrição da população afegã.
Limitações de financiamento
O PMA solicita cerca de US$ 1 bilhão para financiar alimentos em 2024, mas apenas 30% desse valor foi financiado até o momento, devido à competição por recursos limitados no cenário humanitário atual.
O representante da Organização Mundial da Saúde, OMS, Christian Lindmeier, relatou que várias instalações de saúde continuam inoperantes após as enchentes.
A OMS já entregou sete toneladas métricas de suprimentos médicos e enviou especialistas médicos para as áreas afetadas. Dezessete equipes móveis de saúde foram mobilizadas para oferecer suporte aos serviços de saúde nas regiões afetadas.