Cogumelos mágicos podem tratar a depressão com segurança

Efeitos colaterais mais amenos

Comumente chamada de “cogumelos mágicos”, a psilocibina é um tratamento alternativo promissor para pessoas com depressão e ansiedade, contrapondo-se à ausência de resultados e aos efeitos colaterais negativos dos antidepressivos.

Estudos científicos têm indicado que os fungos psicodélicos podem ter efeitos positivos para pacientes que sofrem de algumas doenças mentais, mas uma questão continua em aberto: Será que a psilocibina é realmente uma alternativa segura aos antidepressivos tradicionais?

Composto psicodélico de cogumelo mostra-se eficaz contra depressão.

Ao tentar responder a esta questão, cientistas concluíram que a psilocibina tem efeitos colaterais semelhantes aos dos antidepressivos tradicionais, mas de duração muito mais curta.

O estudo descobriu que, quando administrada em dose única terapêutica, a psilocibina tem como efeitos colaterais principais a dor de cabeça, náusea, ansiedade, tontura e pressão arterial elevada. Contudo, os efeitos colaterais são geralmente bem tolerados pelos participantes e desaparecem em 24 a 48 horas.

A notícia é promissora porque se esperava resultados similares, já que a psilocibina funciona de modo similar aos antidepressivos tradicionais, tendo ambos como alvo os receptores de serotonina.

“É muito encorajador porque os estudos que examinamos consistem em apenas uma ou duas doses por paciente, e estamos descobrindo que os efeitos benéficos da psilocibina podem durar meses no tratamento da depressão,” disse o professor Joshua Caballero, da Universidade da Geórgia (EUA).

Experiências espirituais têm benefícios duradouros – até para ateus.

Funciona, mas é necessário cautela

A psilocibina é designada como droga da Tabela 1 pela lei federal dos EUA devido às suas propriedades alucinógenas – drogas nesta classificação costumam ter um alto potencial de abuso e dependência.

No entanto, os cogumelos psilocibinos e outros alucinógenos têm sido usados há gerações pelas culturas indígenas em rituais religiosos ou espirituais. E, já nas décadas de 1950 e 1960, os pesquisadores começaram a examinar suas possíveis aplicações médicas no tratamento de transtornos por uso de substâncias e doenças mentais.

A partir de 2019, alguns estados dos EUA começaram a descriminalizar essa droga psicodélica, possibilitando a realização de mais pesquisas sobre seu possível valor medicinal. Mas os pesquisadores alertam que o uso da substância requer cautela.

“Em algum momento, acho que a psilocibina se tornará uma opção de tratamento e, quando isso acontecer, precisamos saber quais são os efeitos colaterais e as possíveis complicações a longo prazo,” explicou Caballero. “Eu pediria cautela para as pessoas que pensam que isso é uma cura mágica e depois saem e comem cogumelos em excesso. Sem monitoramento adequado, você não saberá a concentração de psilocibina nesses cogumelos e poderá ter uma viagem ruim ou outro efeito negativo.”