Internacional
Rússia condena cidadã a 12 anos de prisão por doar US$ 51 ao Exército ucraniano
Ksenia Karelina, bailarina russo-americana, é acusada de “alta traição” em julgamento político após transferência simbólica de fundos; sentença expõe perseguição do regime de Putin
Em mais uma demonstração de sua política opressiva, o regime de Vladimir Putin condenou a cidadã russo-americana Ksenia Karelina a 12 anos de prisão nesta quinta-feira (15), sob a acusação de “alta traição”. Karelina, uma bailarina de 33 anos, foi acusada por supostamente enviar US$ 51,80 ao Exército da Ucrânia, um valor irrisório que expõe o caráter ridículo e desproporcional da condenação.
A prisão de Karelina ocorreu em janeiro, na cidade de Ecaterimburgo, e, inicialmente, ela foi detida por 14 dias sob uma acusação frívola de vandalismo. No entanto, em fevereiro, a perseguição escalou quando Karelina foi transferida para prisão preventiva e acusada de alta traição por ter enviado uma doação simbólica ao fundo Razom for Ukraine, uma organização ucraniana baseada nos Estados Unidos.
Apesar dos esforços da defesa em proteger sua cliente, as autoridades russas, agindo com clara motivação política, decidiram por uma condenação severa. O Ministério Público russo havia solicitado 15 anos de prisão, mas o tribunal acabou sentenciando Karelina a 12 anos, em um julgamento que pode ser visto como um aviso a qualquer um que ouse desafiar o regime de Putin.
O grupo russo de direitos humanos Pervi Otdel revelou que a doação de Karelina ocorreu em 24 de fevereiro de 2022, exatamente no dia em que a guerra na Ucrânia teve início, reforçando o caráter simbólico da sua ação e, ao mesmo tempo, a dureza desproporcional da resposta russa.